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Igualdade de gênero e liderança inclusiva são temas de oficina na Escola da Magistratura 

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Em continuidade à programação do Mês da Mulher, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) promoveu, nesta sexta-feira (21/03), a oficina “Parceiros pela Igualdade e Liderança Inclusiva no Poder Judiciário”. A atividade ocorreu na Escola Superior da Magistratura do Ceará (Esmec) e reuniu colaboradoras e colaboradores com a proposta de incentivar a reflexão sobre a desigualdade de gênero e o papel dos homens na construção de um ambiente mais equitativo. 

Durante a oficina, os(as) participantes foram incentivados a identificar práticas que perpetuam desigualdades e a discutir estratégias para fortalecer uma cultura institucional mais justa e igualitária. Entre as dinâmicas realizadas, houve a análise de expressões do dia a dia que desqualificam as mulheres e a reflexão sobre como transformá-las em falas mais respeitosas e inclusivas. 

 

Adriana Cabral orientou os grupos durante a oficina

 

A atividade foi conduzida pela consultora e mentora em Recursos Humanos Adriana Cabral, que enfatizou a necessidade de envolver toda a sociedade para uma mudança de comportamento. “A luta pela igualdade de gênero precisa ter os homens como parceiros. A ideia foi trazer os homens para conversar sobre esse tema, falar sobre o que podem fazer como líderes em suas áreas e também como diminuir essa diferença e acabar com preconceitos e discriminações. Ter o homem lado a lado nessa luta pela igualdade é fundamental”, afirmou. 

A consultora destacou ainda que o papel dos homens nessa transformação é de parceria ativa. “Ninguém faz nada sozinho. Essa luta, como todas as lutas, fica muito pesada quando carregada apenas por um grupo. As mulheres sozinhas nessa luta não conseguem avançar plenamente. Precisamos dos homens como parceiros para melhorar essa desigualdade”, frisou. 

 

Magistradas, magistrados, servidoras e servidores dialogaram sobre os temas

 

A desembargadora Joriza Magalhães, diretora da Esmec, ressaltou a importância da iniciativa. “As mulheres não podem ficar falando de igualdade e participação feminina somente entre si. Precisamos envolver os homens, porque a igualdade jamais será conquistada se os homens não participarem. Os homens têm que construir ambientes mais favoráveis à participação feminina e têm que estar mais conscientes de posturas machistas e sexistas”, completou. 

Entre os participantes da oficina, o desembargador Carlos Alberto Mendes destacou a necessidade de “estabelecer uma equiparação nos tratamentos, nos comportamentos e nas ações”. O magistrado acrescentou que é preciso “saber tratar, estabelecer equilíbrio e estar sempre atento às coisas que estão acontecendo no mundo, porque ou a gente faz isso ou a gente fica para trás numa sociedade que evolui a cada momento”.

 

Juiz Deusdeth Rodrigues foi um dos participantes

 

O juiz Raimundo Deusdeth Rodrigues Júnior, titular da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Fortaleza, avaliou positivamente a oficina. “A oficina me faz refletir, porque estamos sempre evoluindo e nunca podemos ficar estagnados, seja no trabalho, seja na evolução pessoal. Essa questão do machismo, que é muito falada e que temos enraizada desde pequenos, precisa ser constantemente debatida para que mais homens e mulheres reflitam sobre isso”. 

O analista judiciário Cláudio Alcântara, da Gerência de Planejamento e Infraestrutura, também participou da atividade e ressaltou a relevância do evento. “É importante que o Tribunal esteja promovendo essa oficina para conscientizar sobre o papel da mulher dentro da nossa instituição e para sensibilizar os homens, principalmente, que possam, ter práticas adequadas com o que se espera no mundo de hoje. Aprender a escutar, a valorizar o papel da mulher dentro da instituição, vê-las como parceiras e, juntos, dentro da diversidade, conseguir promover uma Justiça melhor”. 

 

CLUBE DE LEITURA 

Na ocasião, a Esmec recebeu o terceiro encontro do Clube de Leitura Esperança Garcia, que neste Ciclo 2025 conta com a participação da professora Juliana Diniz para discutir a obra “O Segundo Sexo”, de Simone de Beauvoir.   

A diretora da Esmec falou sobre a importância da reflexão proporcionada acerca da presença das mulheres na sociedade e nas instituições públicas e privadas, ressaltando as ações ocorridas neste Mês da Mulher. “Nós queremos para além de refletir, agir. E isso é uma ação”.  

O evento, organizado pelo Comitê Gestor de Equidade de Gênero do Tribunal, contou com a participação de mulheres tanto presencial quanto virtualmente para debater sobre a inclusão das mulheres na formação da sociedade e na promoção de discussões a respeito das questões que as impactam. 

 

Atividade ocorreu no átrio da Esmec

 

 
PRATELEIRA MARIA DA PENHA 

Também na tarde desta sexta-feira (21/03), o Poder Judiciário cearense reforçou o seu compromisso com a democratização do conhecimento, a proteção e a valorização do protagonismo feminino. Agora, a Biblioteca do Fórum Clóvis Beviláqua (FCB), em Fortaleza, conta com uma prateleira exclusivamente dedicada às literaturas regionais e nacionais, escritas por mulheres, e correlacionadas com à Lei 11.340/2006, popularmente conhecida como “Lei Maria da Penha”. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o TJCE e a Secretaria de Educação do Estado (Seduc).  

Para a presidente da Coordenadoria da Mulher, desembargadora Vanja Fontenele Pontes, o esforço “é mais um mecanismo de extrema importância para a difusão da cultura de combate à violência doméstica e a misoginia”. O sentimento é compartilhado pela desembargadora Ângela Teresa Gondim Chaves, responsável pelo Comitê Gestor de Equidade de Gênero do TJCE, que considera a inauguração como uma ação simbólica “que ratifica a importância crescente atribuída pelo Judiciário à participação feminina e às suas demandas. Mais do que um repositório de obras, é um espaço que ressalta a necessidade de dedicarmos uma atenção especial às mulheres”.  

 

Prateleira Maria da Penha pode ser consultada dentro da Biblioteca do FCB

 

Servidoras, servidores e demais visitantes do FCB poderão ter acesso à diversas obras ligadas às temáticas de ampliação dos direitos das mulheres, empoderamento feminino, entre outras. A diretora do Fórum, juíza Solange Menezes Holanda, celebrou a iniciativa. “A instalação dessa prateleira é importante pois marca a posição do Judiciário cearense no combate à violência contra a mulher, mas também por fomentar a leitura de autoras femininas”, afirmou a magistrada.  

A titular do 1º Juizado da Mulher da Capital, juíza Rosa Mendonça, salientou sua satisfação em participar da ação e inaugurar mais uma “Prateleira Maria da Penha”. “Esse é um projeto que estamos implementando em diversas instituições, incluindo educacionais, como um espaço de discussão e aprendizado sobre a problemática das violências cometidas contra as mulheres. Além disso, também é um lugar de valorização das escritoras”, pontou. 

 

Os livros são de autoras femininas nacionais e internacionais
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