Idéias: Constituinte
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- 05-10-2009
Opinião Pág. 02 04.10.2009
Conforme sabemos, constituinte é todo aquele que escolhe um advogado para defesa de uma causa. Não podemos negar que há muitos deles capazes de ajudar o seu causídico a ganhar até mesmo uma questão, cujo direito é de certa consistência. Outros não só o atrapalham, como às vezes cooperam fortemente para perder um direito que não poderia deixar de ser seu. Há certos constituintes intoleráveis que não somente pagam mal os honorários devidos, como também são sempre retardatários na entrega dos documentos imprescritíveis ao sucesso de sua pretensão. Seja lá como for, ganhando ou perdendo, acabam por se tornar inimigos dos respectivos advogados. Ou seja, se vencem a contenda, não foi o seu defensor, e sim o seu direito que de tão claro jamais o juiz não poderia negá-lo, portanto, ganharia a causa até mesmo sem causídico. Enquanto para pagar os honorários do seu patrono é um Deus nos acuda. Dificilmente são bons cumpridores do pacto remuneratório assumido. Se derrotados, então não há quem os façam pagar o que é devido.
Na verdade, o grande sacrificado em tudo isso acaba sendo mesmo o advogado, porquanto no exercício do seu mister, só encontra obstáculos, a começar pelo oficial de justiça que nem sempre cumpre o mandado no prazo previsto, alegando excesso de diligências a cumprir, embora às vezes seja verdade, outras não. E o juiz, ah! Há alguns poucos despacham. E pior, por exceção, certos deles se transformam em advogados de uma das partes. Aí então, as vigas mestras da Justiça tremem. Só resta no caso ao patrono da parte prejudicada a esperança de encontrar um relator do 2° grau imparcial e justo para por fim ao nefasto imbróglio. Porém, o advogado tem pela frente o dever de cumprir os prazos rigorosamente, sob pena de a lide morrer no nascedouro. Por conseguinte, como já dissemos, em razão da força maior, o juiz, o promotor e o oficial de justiça não cumprem o prazo. Ninguém, na realidade, é amigo do advogado, os próprios colegas de profissão usam de todos os meios para vencerem a lide, embora a questão que abraçaram não tem o menor fundamento legal. É assim a vida diária no fórum.
Edgar Carlos de Amorim- Escritor