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Hotel é demolido na Praia de Flecheiras

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12.05.11
Cidade
Só restaram os escombros do tradicional hotel na manhã de ontem. Populares estiveram no local na tentativa de levar algum material que tivesse serventia
FOTO: TUNO VIEIRA
Um novo round na questão do Hotel Solar das Flecheiras culminou com a demolição do imóvel ontem
O Hotel Solar das Flecheiras, em Trairi, deixou de existir. Em seu lugar, há agora um monte de escombros. A demolição começou na manhã de ontem. Como justificativa o advogado José Alencar, representante do grupo espanhol responsável pelo empreendimento na praia de Flecheiras, disse, extraoficialmente, que os empresários têm todo o direito de construir um novo hotel no local.
Alencar também deixou claro que no Cartório Justa, em Trairi, existe a matrícula do imóvel em nome do grupo espanhol. Daí eles terem direito a quaisquer tipos de intervenções no local. Pela manhã e tarde de ontem, vários populares aproveitaram para levar o que podiam dos escombros. Madeiras foram doadas pelos empresários para a população.
Um destacamento do 4º Batalhão de Policiamento Militar foi destacado para o local para evitar saques. Também na área do antigo Solar das Flecheiras, dois guardas particulares resguardavam o que sobrou do hotel.
Alencar disse, ainda que no mesmo Cartório Justa existem 26 processos movidos pelo empresário Décio Sanford, dos quais, segundo o advogado, nenhum teve ganho de causa para o mesmo.
Alencar se dispôs a provar através de documentação registrada em cartório, a posse legítima do hotel por parte do grupo espanhol. Garantiu que o Solar das Flecheiras foi arrematado através de leilão público após a dívida junto ao Bradesco ter vencida e o referido banco colocar o imóvel à leilão.
Outro ponto ainda indefinido é a situação dos empregados do hotel. Para o advogado dos espanhóis, a responsabilidade de pagar os salários recai sobre o empresário Décio Sanford, uma vez que ele estava à frente da gerência do hotel e ser dele a iniciativa de contratação da mão-de-obra.
Outro lado
Já o empresário e o proprietário do empreendimento, o empresário Décio Sanford, assegura que os principais culpados pela destruição do lugar é mesmo o grupo de investidores espanhóis, que possuem inquérito aberto no Ministério Público (MP), Polícia Federal e estão sendo investigados por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de divisas.
O empresário explica que anos atrás, ele arrendou o Hotel Solar das Flexeiras para um outro empresário da região, no caso, Erick Steffen, dono do Hotel Orixás. Décio revela que sem ele tomar conhecimento, Erick Steffen, fez uma parceria com o grupo de espanhóis.
Mais tarde, esse mesmo grupo comprou a propriedade do arrendatário Erick Steffen e depois adquiriu definitivamente a hipoteca do empreendimento de Décio Sanford.
O empresário é categórico quando afirma que houve má fé. ?Todos os indícios do processo indicam que o empreendimento deve retornar para mim o quanto antes. O que aconteceu é que eles aproveitaram que o juiz do caso estava de férias, fora da cidade, para conseguir a reintegração e agirem ilegalmente?, desabafa o empresário sobre o caso.
Décio Sanford ainda faz outra denúncia grave. De acordo com o empresário, o advogado do grupo espanhol também é acionista pois emprestou o próprio nome para ser acionista do negócio do grupo.
?Tudo leva a crer que o advogado seja um ?laranja?, pois as empresas espanholas possuem como endereço a sede do escritório do próprio advogado. Ele é a única pessoa física na sociedade e possui apenas 1% das ações da empresa, no valor de R$ 1,00?, denuncia.
Com a demolição do Hotel Solar das Flecheiras fica agora a expectativa de construção de um novo hotel. Os trabalhos de remoção do entulho devem seguir até sexta-feira.