14.01.2010 Negócios
Pesquisa direta do jornal mostra que os maiores abatimentos incidem nos preços dos medicamentos genéricos
Gigantes do setor farmacêutico de Fortaleza retomam a guerra dos descontos nos preços dos medicamentos na Capital. Com a liberação do juiz desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), José Maria dos Martins Coelho, a Drogaria São Paulo iniciou, ontem mesmo, a venda de remédios com descontos entre 25% e 60%, abaixo do preço de tabela da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com prazos de pagamentos de três até seis parcelas, “sem juros”. A Extrafarma, que, já vinha vendendo com descontos entre 15% e 30%, ampliou os abatimentos para até 50% e a Pague Menos concede descontos pontuais, acima de 15%. A Farmácia Central mantém descontos entre 5% e 15%, a exemplo de outras.
No meio do “jogo”, o consumidor, o maior interessado pela redução de preços, disse que gostou das promoções e as aprovou. O microempresário, Juliano Ramalho, disse que a retomada dos descontos “foi uma boa à população e que não acredita em prejuízos às pequenas farmácias de bairro”, comentou.
Da mesma forma, a aposentada, Osana de Oliveira Sinicrop, apoia a decisão do juiz, lembrando que “agora vai sobrar uns trocados para a compra de outras mercadorias”. Já o vendedor, José Ribamar do Nascimento, achou pouco os descontos, diante dos preços elevados dos remédios praticados na Capital.
Pesquisa
Em pesquisa direta de preços realizada pela reportagem, em quatro farmácias do Centro de Fortaleza, na tarde de ontem, constatou-se redução de até 60% nos preços de medicamentos genéricos e similares, enquanto os de marca, registravam descontos entre 15% e 25%. “A maioria dos que estão com 50% são produtos genéricos, enquanto os éticos ou de marcas baixaram apenas 25%”, atesta um dos balconistas da Drogaria São Paulo.
Sincofarma-CE
Questionado sobre a nova prática descontos na Capital, o assessor jurídico do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma-CE), Fábio Timbó, disse que a decisão do juiz contraria posições adotadas pelo próprio magistrado anteriormente e que fere o ordenamento jurídico, por não ter sido proferida pelo colegiado de magistrados do Ttibunal de Justiça. “Somos a favor de descontos factíveis, que não alimentem a concorrência desleal e não prejudiquem a ordem tributária”. O advogado reiterou que vai recorrer.