Fortaleza é a capital do casamento no NE
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- 26-11-2009
26.11.2009 Política
A maior parte das uniões, segundo dados do IBGE, relativos a 2008, aconteceu no mês de dezembro
Formalizar a união, com o casamento no civil, ainda está em “alta” no País. De acordo com pesquisa Estatística do Registro Civil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram 959.901 cerimônias efetivadas no ano passado. Um aumento contabilizado de 4,5% em relação a 2007.
Entre os nove estados nordestinos, o Ceará soma 44.173 uniões. Fica atrás da Bahia, com 58.502 casamentos, e do estado de Pernambuco, que registrou 44.624 formalizações.
Quando se analisam os dados somente entre as capitais da região, Fortaleza lidera o ranking, sendo considerada a cidade dos casamentos no Nordeste. Foram 16.435, em 2008. Depois está Salvador (12.042) e, em terceiro, Recife (10.255).
No entanto, em Fortaleza, também é onde se realiza o maior número de separações. De um total de 1.691 processos de separação judicial encerrados em 1ª instância no Ceará, a Capital do Estado finalizou 661. Em Salvador, foram 607 e, em Recife, 400.
A mesma proporção não acontece quando se trata de estados. Nessa situação, os baianos estão na frente, com 2.573 casos encerrados de separação. Depois estão os pernambucanos, com 1.905 casos e, em terceiro, os cearenses, com 1.691 processos concluídos.
A região que mais realizou casamentos é também a mais populosa, o Sudeste, com 466.093 uniões. Em seguida, aparece o Nordeste, com 232.275 celebrações; seguido do Sul, com 124.990; Centro-Oeste, que totalizou 76.358; e Norte, com 60.185.
De acordo com o IBGE, o crescimento nos casamentos está relacionado à melhoria no acesso aos serviços de Justiça, à procura de casais para formalizarem uniões consensuais e à oferta de cerimônias coletivas.
Preferência
Ao contrário do que se pensa, maio não é mais o mês dos casamentos. No Brasil e no Ceará, os casais preferem se unir formalmente nos meses de dezembro, novembro, setembro, julho e, só então, maio. No Brasil, do total das uniões realizadas, 112.468 foram efetivadas no último mês do ano. No Ceará, foram 5.638, do total de 44.173 no ano. Em Fortaleza, a situação se repete. Dos 16.435 casamentos realizados em 2008, um total de 2.148 aconteceram no mês do Natal.
No País, os casais preferem se casar entre os 20 e os 29 anos. Enquanto a maioria dos homens casa entre 25 e 29 anos, (284.435 dos 959.901 registros), a maior parte das mulheres – 268.601 casos – está entre 20 e 24. Esse grupo fica só um pouco à frente daquelas que estão entre 25 a 29 anos, que totalizaram 247.584 noivas no ano passado. Quanto mais a idade aumenta, tanto para homens como para mulheres, as uniões se tornam mais escassas. A partir dos 60 anos, a média de casamentos é de cinco mil.
Solteiros
Em todo o País, os homens solteiros se casam mais com mulheres solteiras, em detrimento das divorciadas e das viúvas. No Ceará, entre as 44.173 uniões, 39.464 foram com esse perfil. O número é o segundo no Nordeste. Na Bahia, dos 58.502 registros, 51.930 foram de solteiros com solteiras. Aqui no Estado, do total de uniões, apenas 138 foram de solteiros com viúvas e 988 de homens desse grupo com divorciadas.
No Brasil, a maioria das separações são consensuais. Dos 90.421 processos de separação judicial encerrados em 1ª instância no País, em 2008, um total de 64.869 resultaram em acordos. Enquanto há estados e capitais onde as separações seguem o mesmo ritmo dos casamentos, há locais onde isso é até raro. Em Roraima, em todo o ano de 2008, houve apenas 48 registros de casos do tipo.
Enquanto a maior parte dos casais se une na faixa etária dos 20 aos 29 anos, a década seguinte é a da separação. No País, a maioria das separações acontece entre 30 e 39 anos. Entre os homens, das 88.250 separações consensuais, 32.668 eram de pessoas que estavam na casa dos 30 anos. O mesmo ocorre com as mulheres nessa idade. Foram 32.226 dos casos.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Pessoas estão buscando e vivendo o amor
Hoje estamos vivendo uma época de transição para podermos encontrar novas formas de amor. Por isso que existem tantos novos casamentos e, ao mesmo tempo, vários divórcios. As pessoas não se cansam de buscar o amor.
Um dos principais motivos de toda essa mudança é a independência das mulheres. Hoje, elas podem ser chefes de família e se realizar fora do núcleo familiar, diferente de antigamente, quando elas eram dependentes. Elas não querem viver uma mentira e não aceitam que está tudo bem na união se isso não for verdade. Se não sentir paixão e prazer do homem, elas vão atrás disso em outra relação.
O casamento virou um momento lúdico, é algo social. Pois as pessoas sabem que, se esse não der certo, podem tentar outras vezes, até realmente acharem o amor que tanto procuram. A indústria do casamento em nosso Estado é muito grande, devido ao elevado número de cerimônias que acontecem todos os dias.
A busca pelo amor é tão grande que, nos casamentos de hoje, se houver amor, o sexo começa a virar simplesmente um detalhe na relação.
Maria Dolores de Brito – Socióloga