Servidoras do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) se reuniram, nesta sexta-feira (28/03), na Escola Superior da Magistratura do Ceará (Esmec), para debater assuntos voltados à literatura e à valorização da escrita feminina. O evento marcou o encerramento do Mês das Mulheres, promovido pelo Judiciário cearense durante todo o mês de março.

“Eu acredito que foi o melhor mês de março da história do Tribunal de Justiça, porque nós reunimos forças e construímos muito, fizemos palestras, debates, tratamos do protagonismo feminino, da participação feminina, além da violência doméstica e da interseccionalidade de gênero e raça. Aprendemos nos unindo como comunidade e participamos porque acreditamos nessa causa”, ressaltou a diretora da Esmec, desembargadora Joriza Magalhães Pinheiro.

 

 

Durante a solenidade, a coordenadora do Comitê Gestor de Equidade de Gênero do TJCE, desembargadora Ângela Teresa Gondim Carneiro Chaves, falou sobre as diversas atividades realizadas em março. “Nós fizemos mais do que eventos, fizemos encontros, onde as pessoas puderam se reconhecer, se envolver, onde a gente reflete, onde a gente cresce. O Poder Judiciário é um poder que ainda é muito conservador e ainda é muito masculino, como o restante da sociedade brasileira, mas são gestos como esses que nos dão confiança em uma transformação de impacto nas nossas vidas”, refletiu.

À frente da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, a desembargadora Vanja Fontenele Pontes destacou a importância da união entre as mulheres. “Quero continuar nessa caminhada, sempre juntas, porque quando nos separamos, dividimos forças, mas quando nos unimos, nós produzimos muito mais. Nós caminhamos muito aqui. Mas temos outras caminhadas a percorrer para continuarmos nesse objetivo, com esperança de que o podemos fazer um mundo muito melhor”.

 

 

ESCRITA FEMININA

Na ocasião, foi inaugurada a estante Escrita Feminina, com obras literárias escritas por mulheres. Também foram apresentas as publicações de Fátima Lêda Barros Almada e Grecianny Cordeiro. Autora de “Imponderável Mulher”, Fátima, servidora aposentada do TJCE, contou que o livro “é um registro de episódios vividos por mim e por pessoas do meu convívio. Família, comunidade, comunidade social. Fui referência em várias histórias reais de comportamentos que se apresentavam, onde se vê tantos protagonistas resistirem, sobreviverem, na busca de sua afirmação do mundo, da significação de sua existência”, descreveu.

 

 

Grecianny Cordeiro, que é procuradora de Justiça, tem a literatura como companheira desde a infância. Autora do romance “Inventário de Perdas”, que fala sobre o Ceará dos anos 1600 e a resiliência de uma mulher colonizadora. Durante o evento, ela agradeceu a presença de todos. “Quero registrar aqui e agradecer sobretudo a participação dos homens, que se encontram prestigiando a gente. Porque é um gesto de valorização da mulher. E nós precisamos desse apoio. Eu não acredito que nós, como mulheres, possamos crescer, possamos evoluir, possamos conquistar espaços, se nós não tivermos também esse apoio. Eu acho que isso é fundamental, a gente não precisa separar, a gente tem que se unir”, concluiu.