Estrelas Esquecidas
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- 27-04-2009
26.04.2009 Gente
Ao longo de toda a semana passada, diversos ?comunicados? supostamente escritos por um certo SILABEM, Sindicato dos Ladrões da Beira Mar, debochavam das autoridades policiais, citando nominalmente a Ronda do Quarteirão e Polícia Civil, eram espalhados pelas calçadas, entregues a turistas e passantes locais, explicitando um deboche e provocação acintosos à população com a suposta chancela dos contumazes ladrões de cordões de ouro, máquinas fotográficas, celulares e outros que tais, e que se mostram, de forma insultuosa, portando o produtos de seus roubos, bem aos olhos dos policiais de quem fazem troça todo dia. Além do SILABEM, que provoca as autoridades, dizendo que a sua sede fica no morro do Mirante e que seu diretor principal é o receptador e traficantes conhecido de todos. Ora, por mais incrível que pareça, a banalização da violência que nos visita diariamente, já nos tornou reféns do descaso das autoridades e a impunidade oficial que campeia solta transforma o cidadão de bem num sentenciado a cumprir pena dentro de sua casa, cercado de fios de alta tensão, pittbulls, câmaras de segurança e outros paliativos que nem sempre são eficazes. Rouba-se, mata-se, estupra-se e os perpetradores desses crimes, graças a facilidade de ?habeas corpus? a peso de ouro e aos advogados de porta de cadeia, sempre de plantão, as prisões são ardilosamente temporárias e fica-se tudo por isso mesmo. ?Brasil, agüente-o ou vá pro inferno!? ? algo bem pior do que nos tempos da vergonhosa ditadura. Pois bem, quando se pensava que a falta de respeito já havia chegado ao seu limite, no dia 22 à noite, quando ligamos a televisão, num primeiro momento chegamos a pensar que os ?Cassetas? estavam aprontando mais uma. Não era o ?Casseta & Planeta?, era real, ao vivo, em cores, em alta definição: a armação do barraco mais deprimente, exibido às escâncaras, para o Brasil inteiro, patrocinado por ninguém menos que o ministro Joaquim Barbosa e o ministro Gilmar Mendes, dentro da mais alta corte do judiciário. Foi um tal de ?me respeite? de um lado, ?Vossa Excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Respeite?. Tudo bem que se tenha procurado minimizar o barraco com ?afinal eles são seres humanos como nós?, mas não fosse a intervenção do ministro Marco Aurélio, o que chia muito quando fala, uma mão de tapas estava se armando no horizonte de uma casa que se pressupunha uma casa de respeito. Que vergonha! Que vexame! Que falta mais acontecer? Que podemos esperar, quando numa extremidade distante os ladrões da Beira Mar fazem troça dos policiais e das autoridades que deveriam prendê-los e processá-los e na outra, muitos níveis acima, as maiores autoridades de uma corte suprema trocam farpas, insultos e fazem acusações de que presidente seria um jagunço com um séquito de capangas? Respeitem-nos, senhores ministros, respeitem-nos!
A. Capibaribe Neto