Como equilibrar os diferentes papéis da vida enquanto liderança? É com esse questionamento que o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), por meio do Programa de Fortalecimento de Lideranças Femininas, realizou o workshop “Impulsionando Trajetórias: O Papel das Lideranças na Difícil Arte de Equilibrar as Áreas da Vida”, nesta sexta-feira (01/11). O evento aconteceu de modo híbrido, presencial na Escola Superior de Magistratura do Ceará (Esmec) e, online, pela plataforma Teams.

A juíza auxiliar da Vice-Presidência do TJCE e cogestora do Programa, Ana Cristina Esmeraldo, ressaltou a importância da participação de homens nas discussões, comentando que o encontro foi aberto para todas e todos, e explicou que a temática do equilíbrio de vários papéis foi uma demanda das integrantes do Judiciário que participam do Programa de Lideranças Femininas.

“O nosso propósito é cada vez mais engajar os homens nesse contexto, porque a gente não promove mudança sem toda a sociedade comprometida e envolvida. E esse tema foi muito debatido também dentro das mentorias (do programa) e acaba por ser um tema que sempre, pelos múltiplos papéis que a mulher assume, chega mais fortemente para as necessidades da mulher”.

Entre os temas comentados esteve a ideia do trabalho como fator de equilíbrio ou como fonte de doenças; a diferenciação entre estresse e burnout; características de uma liderança tóxica e o perfil desejado de uma liderança; além de aspectos de equilíbrio entre trabalho e família.

A condução do workshop ficou a cargo das consultoras do Gerppass Maria José Tonelli, psicóloga, mestre e doutora em Psicologia Social, e Silvia Tyrola, assistente social e consultora de gestão Jurídica e de Capital Humano, Diversidade, Engajamento e Sustentabilidade.

Maria José comentou sobre a possibilidade de contribuir para que se tenha melhores ambientes de trabalho e, especialmente, a inclusão de mulheres na liderança. “Nós tratamos aqui vários temas. Falamos sobre a questão da necessidade de cada um de nós desenvolver uma competência socioemocional, ninguém nunca aprendeu isso na escola, então como é que a gente pode desenvolver isso através de autoconhecimento e a importância disso quando a gente está falando de lideranças. O quanto que as lideranças têm um papel essencial em trazer o engajamento do grupo, em fazer com que as pessoas possam se sentir bem dentro do espaço do trabalho, e não o exercício de uma liderança tóxica que muitas vezes pode trazer adoecimento”.

A juíza da 1ª Vara Cível de Tauá, Liana Alencar, que participou do workshop e faz parte do grupo de mentoradas, destacou a necessidade de se discutir o assunto. “Estou participando do Programa de Lideranças Femininas e é com grande prazer que a gente está aqui tendo um aprendizado diário, tanto nos grupos, quanto nas mentorias. E hoje, especialmente, foi tratado um tema que é de muita importância, que é a questão do equilíbrio entre a vida profissional, a vida familiar, pessoal, questões de saúde física e de saúde mental, que eu acho que a gente precisa sempre estar buscando esse equilíbrio para poder viver de uma maneira mais plena”.

Já o servidor do TJCE Marcelo Maia, lotado na Secretaria de Planejamento e Gestão, reforçou a responsabilidade de todas e todos na luta da inclusão feminina. “A importância da discussão da liderança feminina passa por uma responsabilidade de homens e mulheres, se a gente considerar principalmente que o que permeia a nossa sociedade ainda é o machismo. Esse problema vitimiza mais as mulheres, mas também vitimiza os homens, faz com que haja aquela imagem ultrapassada de que o homem é líder e o detentor do poder. Isso é uma ideia que não cabe mais no nosso atual momento e que eu imagino com isso que cada vez mais homens estão envolvidos com essa questão e conhecendo”, disse.

VISITA INSTITUCIONAL
Uma comitiva da Justiça do Trabalho em Goiás realizou visita institucional para conhecer a experiência do Programa de Lideranças Femininas do Judiciário cearense. A coordenadora do Subcomitê de Incentivo à Participação Institucional Feminina e de Igualdade de Gênero do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-18), desembargadora Rosa Nair da Silva Nogueira Reis, acompanhou o workshop e um encontro com mentoradas, ambos realizados nesta sexta-feira (01/11).

“A gente veio conhecer de perto essa iniciativa, para se inspirar e, com a licença do TJCE, aproveitar essa ideia e implementar como boa prática. Foi uma visita de muito aprendizado, gostamos demais e chamou nossa atenção o interesse e a participação de todas as pessoas envolvidas. Isso mostra que o programa está conseguindo atingir o objetivo, que é a mobilização para a inserção das mulheres para participar na gestão e na tomada de decisões”, afirmou a desembargadora.

Também participaram da visita a vice-coordenadora do Subcomitê de Incentivo à Participação Institucional Feminina do TRT-18, juíza Ceumara Soares, e a diretora de Comunicação Social do TRT-18, Lídia Barros.

LIDERANÇAS FEMININAS
O Programa de Fortalecimento de Lideranças Femininas integra a Estratégia de Transformação Digital do TJCE, viabilizada pelo Programa de Modernização do Poder Judiciário (Promojud). Está alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 5 da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata da igualdade de gênero, inclusão feminina, orientação profissional para quem deseja ocupar posições de liderança e outros.

Mais informações sobre Lideranças Femininas e a Rede Colaborativa de Mulheres Líderes na disseminação da Política Institucional de Participação Feminina, no âmbito do TJCE, além de publicações, atividades e eventos, podem ser conferidas AQUI.