Encontro reúne participantes dos Alcoólicos Anônimos e infratores da Lei Maria da Penha
- 657 Visualizações
- 14-12-2012
O Núcleo de Atendimento ao Homem Autor de Violência Doméstica contra a Mulher (Nuah) realizou, no Fórum Clóvis Beviláqua, a segunda oficina socioeducativa para infratores da Lei Maria da Penha. Na manhã desta sexta-feira (14/12), 15 apenados ouviram relatos de integrantes dos Alcoólicos Anônimos (A.A.) e participaram de dinâmica.
De acordo com a coordenadora do Núcleo, a advogada Tatiane Carneiro de Castro, a escolha do tema alcoolismo se deu porque quase todos os homens atendidos pela unidade consomem ou já consumiram excessivamente bebidas alcoólicas.
O aposentado J.I.C., participante dos Alcoólicos Anônimos desde 1974, citou o exemplo de outro integrante do A.A. que agradeceu por ter sido obrigado a participar das reuniões, como forma de pena alternativa. “Nós ficamos muito felizes quando somos convidados para dar nossos depoimentos. Os Alcoólicos Anônimos representam um projeto de recuperação de vida”.
R.V., também aposentado e há 29 anos no A.A., disse ser grato à Lei Maria da Penha. O filho dele foi punido porque agredia a mulher e teve que se afastar da família. Isso fez com que ele mudasse o comportamento e percebesse o quanto o álcool potencializava as agressões. O rapaz também ingressou em outro grupo semelhante: os Narcóticos Anônimos (N.A.).
Participante das atividades do Nuah, o motorista F.E.M. agradeceu a oportunidade. “Achei maravilhoso pelas lições de vida e experiências trocadas”, disse, revelando que passou a considerar a hipótese de também frequentar as reuniões do A.A.
As oficinas do Nuah, realizadas mensalmente, são uma forma de acompanhar os infratores com limitações de tempo para comparecer ao Fórum e receber acompanhamento. Cada uma apresenta temas específicos.
A primeira oficina ocorreu no dia 9 de novembro deste ano e debateu doenças sexualmente transmissíveis e tabagismo. Para a próxima, que será realizada no dia 18 de janeiro de 2013, o Núcleo pretende trazer um defensor público para esclarecer questões jurídicas.
O NUAH
Os infratores são encaminhados ao Núcleo pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Fortaleza. Lá, eles recebem acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais de Psicologia, Assistência Social e Direito.
A coordenação é de responsabilidade da Vara de Penas Alternativas e Habeas Corpus da Capital. O projeto conta com a parceria da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado e do Ministério da Justiça.