Dia das Mães: Um amor para além dos laços de sangue
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- 03-05-2016
A Assessoria de Comunicação inicia nesta terça-feira (03/05) uma série de reportagens em homenagem ao Dia das Mães. A primeira delas aborda a história de uma professora que decidiu ser mãe adotiva em processo chamado de adoção tardia
Quem descobriu a maternidade por meio da adoção sabe que o amor pode ser um ingrediente mais importante do que os laços de sangue. A professora Edinete Lima sempre quis ter filhos. Não importava a cor, o sexo ou a idade. Assim, ela se tornou mãe de primeira viagem de Érika, na época com sete anos. E há pouco tempo chegou João Gabriel, de três, para completar a família.
Casada com Jorge Castro desde 2009, Edinete deu início ao sonho de ser mãe em 2012, quando entrou no cadastro de adoção. Primeiro, o casal passou por curso preparatório e, em pouco tempo, estava na fila de espera. “A carta de habilitação é como se fosse o teste de gravidez. Fica todo mundo desesperado pra que o filho chegue logo. A partir desse momento, você já fica sonhando como vai ser a cor, a forma, a personalidade do seu filho”, diz Edinete.
O processo na Justiça foi mais rápido do que eles imaginavam, e logo chegou Érika. Um dos motivos para a rapidez foi o perfil escolhido pelo casal, que optou pela adoção tardia. Isso porque a maioria dos pretendentes prefere crianças mais novas. “Eu não queria escolher, queria ser escolhida. Por isso quis a adoção tardia. Uma criança maior já pode dizer o que pensa e pode me escolher como a mãe dela”, explica.
O instrutor automobilístico Jorge Castro elogiou a condução do processo pela Justiça. “O apoio que nós tivemos do Fórum [Clóvis Beviláqua] foi maravilhoso, bem rápido. No curso preparatório, nós aprendemos muito sobre adoção, que é uma nova vida, um processo irreversível e uma experiência única para toda a família”, declarou.
Dois anos após a primeira adoção, o casal sentiu que o lar ainda não estava completo. Érika pedia por um irmãozinho e teve o desejo atendido. A lembrança da chegada do caçula emociona Edinete. “No primeiro dia, o Gabriel já me chamava de mãe. Durante um mês, só podíamos ficar com ele nos fins de semana. A hora de devolvê-lo ao abrigo era um drama, porque o Gabriel chorava muito, queria ficar com a gente”.
DESAFIOS SUPERADOS
Desafios fazem parte da vida do casal adotante. Diferente de Gabriel, que aceitou a nova família já no primeiro momento, a adaptação de Érika foi um pouco difícil no começo. “Ela havia passado cinco de seus sete anos no abrigo e sentia falta dos amigos”, lembra a mãe. Mas o amor e a perseverança de Ednete e Jorge deixaram a convivência cada vez mais fácil. Hoje, passados mais de dois anos, Érika e os pais formaram laços que não podem mais ser quebrados. Estudiosa, a menina quer ser professora, como a mãe.
“Nossa maior preocupação é fazer com que eles se interessem pelos estudos, cresçam, brinquem, sejam felizes. Nunca esquecendo também que é preciso seguir regras.
Queremos passar esses valores”, diz Jorge Castro. Ele tem dois filhos biológicos do primeiro casamento e atesta que não há diferença alguma em relação aos dois filhos mais novos. “O amor é o mesmo, a preocupação também. Os meus filhos biológicos gostam muito deles. Os quatro se completam”.
Uma história com final feliz. Mas ainda há muitos jovens e crianças à espera de uma família. Somente em Fortaleza, são 78. Edinete diz que a adoção tardia foi a melhor opção para ela. Agora, ela ajuda outras pessoas que querem adotar, por meio do grupo de apoio Rede Adotiva. “Eu sempre falo nas reuniões que não existe a expressão “filho adotivo”. É filho e pronto. Também digo que adoção é um amor construído. Às vezes a gente aprende muito mais do que ensina”, afirma.
Realizada, Edinete aguarda ansiosa o próximo Dia das Mães ao lado dos filhos. “Vai ser muito gratificante passar esse dia com Érika e agora também com Gabriel. Eles são os melhores presentes que uma mãe poderia ter na vida”.