Desembargador Pontes Brígido
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- 26-04-2011
Opinião
26.04.11
O Conselho Nacional da Justiça- CNJ- empreende todos os esforços no sentido de agilizar, com eficiência, o funcionamento da máquina judiciária em todo o território brasileiro, já que esta é considerada lerda e emperrada por todos os seus usuários, inclusive, pelos próprios lidadores do direito, nomeadamente, pelos bravos advogados que mourejam nos corredores forenses. Os advogados são, constantemente, cobrados dos seus constituintes com relação aos resultados de suas intermediações. O povo confia, sim, nos seus juízes, entretanto, reprova, por completo, o retardamento da entrega da prestação jurisdicional, sem razões plausíveis.
Por comportar questão de ordem especializada, quem, na verdade, é melhor credenciado, pelo sistema, a fazer uma leitura da qualidade da entrega da prestação jurisdicional, são os advogados, já que estes estão, diariamente, em contato pessoal e direto com os magistrados, analisando as suas decisões e a dedicação deles com os seus honrados ofícios.
Destaque-se, o espírito de crítica, destemor e de independência constituem os traços funcionais dos causídicos. O advogado nunca foge do enfrentamento de uma batalha, já que ninguém entra em Canaã, sem brigar com os gigantes, já que tudo que é bom é odiado por tudo o que é mal, consoante a observação do festejado retórico Mike Murdock.
Um juiz de bom trato, sereno, desapegado às vaidades humanas, respeitado pela sua fulgurante inteligência e pelo seu aguçado senso prático de processar uma leitura ponderada da lide, proferindo uma decisão sobejamente motivada, justa, clara, concisa e objetiva, dentro de um prazo razoável, dos moldes em que são emitidos os votos do eminente desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, integrante, do egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará – TJCE – é o que todos reclamamos, já que sonhamos com ?uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais exato e rigoroso sinônimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável à vida é o alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dúvida, sempre que a isso os determinasse a lei, mas também, e sobretudo, uma justiça que fosse a emanação espontânea da própria sociedade em ação, uma justiça em que se manifestasse, como um iniludível imperativo moral, o respeito pelo direito a ser que a cada ser humano assiste.?(Saramago).