Defesa recorre da sentença de 18 anos
- 698 Visualizações
- 17-12-2009
17.12.2009 Fotrtaleza
Falta de provas para a condenação e atendimento ao clamor social. Estas foram as justificativas dos advogados de defesa da universitária Lara França Rocha para recorrerem da sentença de 18 anos de prisão, inicialmente em regime fechado, conforme o julgamento encerrado na madrugada de ontem, no Fórum Clóvis Beviláqua. A universitária foi condenada, após 11 horas de julgamento, como autora do incêndio que matou a sua mãe, em julho de 2008, no bairro de Fátima.
Apesar da insatisfação de seus advogados com o resultado do julgamento, Lara França ouviu a pronúncia do juiz José Castro Andrade com aparente naturalidade. Durante toda a sessão, ela permaneceu calada e escondida atrás da tribuna. A universitária somente se apresentou aos jurados no momento em que foi chamada para ouvir o veredito. Antes disso, somente no interrogatório, quando assegurou não ter cometido o crime.
Assim como a defesa, a promotoria também se mostrou insatisfeita com a pena atribuída à acusada. Pela condenação de homicídio triplamente qualificado (sem chance de defesa para a vítima, surpresa e motivo torpe), a promotoria esperava uma pena de, no mínimo, 23 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado. Alheios à insatisfação de defesa e acusação, parentes da vítima Iracema Carvalho Lima consideraram a condenação justa.
Um dos momentos mais tensos do julgamento foi quando o frentista do posto próximo à residência da acusada assegurou que Lara França havia comprado dois litros de gasolina. A promotoria também questionou os motivos que levaram a universitária a pedir ajuda à mãe, quando percebeu a fumaça no quarto de Iracema Carvalho.
Para a promotoria, Lara teria matado a mãe por causa de uma dívida de R$ 20 mil no cartão de crédito. Para os advogados de defesa da universitária, ela foi condenada em nome de um clamor público. (Nicolau Araújo)
E-MAIS
> Lara França voltou para o presídio Auri Moura Costa, onde já estava detida há um ano e três meses. Segundo seus advogados de defesa, ela teria um comportamento exemplar, inclusive ajudando a outras detentas com aulas de inglês e outras matérias. Para a promotoria, o bom comportamento
da universitária, em relação às aulas é uma maneira que ela encontrou para manipular as presas.