O amor e o afeto não são limitados pelo distanciamento social imposto pelo enfrentamento à pandemia da Covid-19. Mesmo em quarentena, casais e pessoas solteiras seguem em busca de realizar o sonho de adotar uma criança ou um adolescente.

Novamente demonstrando sensibilidade à causa da adoção, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), por meio da Coordenação das Varas da Infância e Juventude da Comarca de Fortaleza, promove a partir das 13h desta sexta-feira (17/04), em formato virtual, o Curso Psicossocial e Jurídico para habilitação de pretendentes no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento.

A regulamentação do curso de forma telepresencial é o objeto da Portaria nº 04/2020 da Coordenação das Varas da Infância e Juventude, assinada pela juíza Mabel Viana Maciel e publicada ontem (16), no Diário da Justiça. No documento, a magistrada autoriza a realização da capacitação pelos meios tecnológicos disponíveis e esclarece que os pretendentes que não dispõem dos mecanismos para assistir serão convocados para a próxima turma presencial.

A CAPACITAÇÃO
Participarão do curso 41 pessoas, entre casais ou solteiros pretendentes à adoção em 24 processos que tramitam na Capital cearense. Eles foram divididos em quatro turmas, para que o conteúdo seja bem explorado de forma remota. O primeiro módulo, onde serão abordados os aspectos jurídico-legais da adoção, será passado às turmas nos dias 17, 21, 23 e 28 de abril. A capacitação é uma das etapas necessárias para a habilitação no Sistema Nacional de Adoção. Estes pretendentes participariam do curso presencialmente no mês passado, mas, devido ao plantão extraordinário do TJCE durante a pandemia, foi criada a solução virtual.

O curso online é realizado pela Seção de Cadastro de Adotantes e Adotandos do Fórum Clóvis Beviláqua (FCB). Serão passados, no primeiro módulo, conteúdos sobre o procedimento de Habilitação, o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, o processo de adoção e como crianças e adolescentes chegam até a adoção. O segundo módulo, que aborda os aspectos psicossociais da adoção, ainda não tem data marcada. As orientações são dadas pelas juízas da 3ª Vara da Infância e Juventude da Capital (especializada em processos de adoção), pela equipe interdisciplinar vinculada ao Fórum e pelos grupos de apoio Acalanto e Rede Adotiva.

“A intenção é minimizar as adversidades em virtude da pandemia. Assistentes sociais e psicólogos não estão realizando visitas, então a ideia é ganhar tempo para quando encerrar o TeleTrabalho. Com o curso virtual realizado, os profissionais já poderão se concentrar na elaboração dos relatórios. Outra vantagem é evitar reunir os pretendentes mesmo quando retornarem as atividades presenciais, pois provavelmente ainda teremos restrições quanto a aglomerações e deverá ficar mais complicado para as partes se ausentarem do trabalho para fazer o curso”, explica Débora Melo, chefe da Seção de Cadastro de Adotantes e Adotandos do FCB.