Política Pág. 21 13.11.2009
Raul Araújo era procurador-geral adjunto do Estado na gestão Lúcio Alcântara, na época em que o governador tentou mudar a Constituição para indicar quem bem entendesse para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Pelo texto constitucional, o indicado deveria ser escolhido entre um auditor ou procurador de contas. O problema: não havia nenhum técnico em nenhum desses cargos nos quadros do tribunal, pois nunca havia sido realizado concurso. Ao invés de fazer concurso, optou-se por uma malandragem: alterar a Constituição para deixar o governador nomear quem bem entendesse. E o escolhido para virar conselheiro foi Araújo. Mas a história não acabou por aí. O deputado estadual Heitor Férrer (PDT) foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontando inconstitucionalidade do dispositivo. O STF considerou que o indicado teria, sim, de ser um procurador ou auditor. E Raul Araújo permaneceu na Procuradoria Geral do Estado. Não demorou muito, porém, acabou conseguindo algo melhor que o cargo de conselheiro & entrou na lista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para a indicação a desembargador. Passou por uma segunda seleção no Tribunal de Justiça (TJ) e foi indicado pelo governador Cid Gomes para uma vaga na principal corte do Judiciário estadual. Agora, integra a lista de três nomes que será enviada para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolher o novo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por causa daquela ação, anos atrás, que o impediu de ocupar uma cadeira no TCE, ele agora pode ganhar um lugar na segunda mais alta corte do Judiciário brasileiro