Coluna É…: Neno Cavalcante
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- 09-12-2010
9.12.2010
Onde arrebenta a corda
Historicamente, os planos econômicos confiscam tanto os salários como os rendimentos da Caderneta de Poupança, corrigidos com valores sempre abaixo da taxa de inflação. A rede bancária nunca escondeu a má vontade em fornecer os extratos para que os prejudicados pelos sucessivos planos procurassem a Justiça, a fim de receberem o que lhes é devido comprovadamente.
Onde arrebenta… 2
O Banco Central tem o controle de toda a movimentação bancária. Logo, o governo sabe quanto cada poupador tem a receber.
Onde arrebenta… 3
Neste caso, bastaria determinar o pagamento, sem a necessidade daquele mundo de gente passar pelos transtornos dos tribunais. Como o governo não faz a parte dele, resta às vítimas encararem a morosidade da Justiça. A decisão do STJ de mandar os bancos pagarem parte das correções, é a mesma que reduz o prazo de prescrição das ações coletivas para cinco anos.
Onde arrebenta… 4
Foi quase sutil. E mais uma vez os banqueiros fecham o ano com sobrados motivos para estourar a champanhota. Além do gigantesco lucro que auferem, a redução para cinco anos do prazo de prescrição das ações coletivas dos poupadores derrubaram 1.015 das 1.030 ações em tramitação.
Arremate
Com isso, em vez de R$ 60 bilhões, os bancos devolverão (se é que devolverão mesmo) apenas a sexta parte, quer dizer, R$ 10 bilhões. Fica fácil perceber para que lado pende a Justiça na peleja entre as vítimas – que são os poupadores – e os vilões – representados pelos insaciáveis donos de bancos.
“Um cigarro encurta a vida em 2 minutos. Uma garrafa de álcool em 4 minutos e um dia de trabalho em 8 horas”