Celebrando 150 anos de história, TJCE realiza evento sobre adaptação às mudanças e convergência tecnológica para o avanço da Justiça
- 1068 Visualizações
- 02-02-2024
Nestes 150 anos de história, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) vem evoluindo constantemente. Com a chegada da tecnologia, os avanços seguem em busca de mais eficiência, transparência e acessibilidade. A primeira edição do evento “Convergência TJCE”, que aconteceu nesta sexta-feira (02/02), trouxe o tema “Transformação digital no TJCE: Avanços e Perspectivas”, relembrando o passado, mostrando o que vem sendo feito no presente e o compromisso com as demandas futuras.
Durante a abertura, o presidente do TJCE, desembargador Abelardo Benevides Moraes, destacou o comprometimento com a jornada tecnológica dentro do Tribunal. “O evento ‘Convergência’ trata desses avanços e perspectivas da área digital no TJCE, mostrando o ontem, o hoje e o amanhã. Nós estamos dando continuidade ao que já vem sendo feito por várias gestões anteriores, então é com grande satisfação que eu faço essa instalação formal, especialmente neste momento, quando estamos comemorando 150 anos de Tribunal.”
No momento seguinte, um vídeo sobre a história do TJCE foi exibido aos presentes, seguido do painel “Automação e inovação – A transformação digital na prática” ministrado pelo juiz supervisor da Secretaria Judiciária Regional de 1º Grau das Comarcas de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha (Sejud Crajubar), Renato Esmeraldo, e pelo diretor negocial do Processo Judicial eletrônico (PJe), Miguel Mota.
Após a apresentação, o presidente do Tribunal recebeu o Prêmio Corregedoria Ética, na modalidade Desempenho, pelas mãos do conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Fernando Bandeira de Melo Filho, que em seguida apresentou a palestra “Inteligência Artificial no Poder Judiciário”. Encerrando a manhã, o desembargador Abelardo Benevides lançou o aplicativo TJCE Mobile, desenvolvido para facilitar ainda mais o acesso ao Tribunal.
No período da tarde, a programação foi retomada com as oficinas “Desenvolvimento de robôs”, “Simplificação de documentos” e “Design Thinking”. Para reforçar a importância das ferramentas digitais e da convergência entre as ações, a secretária de Tecnologia da Informação do Poder Judiciário estadual, Denise Norões, e o juiz auxiliar da Presidência do TJCE, Ricardo Alexandre da Silva Costa, apresentaram o painel “Perspectivas de Inteligência artificial no TJCE”.
Segundo Denise, o nível de sucesso dessa ferramenta vai depender da forma como é utilizada, sendo necessário um cuidado especial em aplicá-la “para o bem”. “A Inteligência Artificial é um ramo da Ciência da Computação que busca criar sistemas capazes de imitar a inteligência humana. Até hoje, ainda há pessoas que se assustam quando falamos em I.A. Elas se perguntam ‘o que a I.A. vai fazer com meu trabalho, com minha vida?’. Alguns desafios e preocupações passam por questões como a ética no uso de dados, o impacto nos empregos, além da privacidade e a ausência de transparência em algumas decisões tomadas por sistemas de I.A. É importante usar para melhorar o trabalho e para se dedicar a ações mais especializadas”, pontua a secretária.
O juiz Ricardo Alexandre da Silva Costa falou sobre as possibilidades trazidas pela convergência na utilização das diversas tecnologias. “Esse é o momento que estamos vivendo no TJCE, com vários projetos que abordam a tecnologia de formas distintas e que contribuem para uma transformação digital, que está avançando. Estamos no estágio inicial, em que trabalhamos para otimizar tarefas que são volumosas e repetitivas”, detalha o magistrado.
O enceramento desta sexta-feira ficou por conta do renomado consultor e escritor Dado Schneider, com a palestra “A Justiça mudou bem na minha vez”. O secretário-geral da Área administrativa do TJCE, Sérgio Mendes, fez a apresentação e explicou que a proposta foi fechar o evento do dia trazendo para a discussão o mais importante: as pessoas.
“Fomos o primeiro Tribunal do País a fazer um planejamento de dez anos, que tem como foco principal a transformação digital. Mas não uma qualquer, uma que se propõe a ser sistêmica, que não apenas busca entregar processos e serviços digitais, mas que prospecta novas tecnologias e inovações para remodelar a forma de trabalho, trazendo mais agilidade e processos mais inteligentes. E além de ser sistêmica, nossa estratégia se propõe a ser centrada nas pessoas e isso se reflete em projetos estratégicos que vêm sendo executados nos últimos anos. São ações que têm como objetivo principal promover o bem-estar, a equidade e a preparação de servidores e magistrados para a realidade digital”, comemora Sérgio.
Schneider falou sobre a disparidade entre as gerações e do quanto a Geração Y, de pessoas nascidas entre 1980 e 1995, teve que se adaptar às mudanças que atualmente vive a Geração Z, formada por aqueles que nasceram entre 1995 e 2010. “Eu pesquiso o comportamento das novas gerações há cerca de 17 anos e era chamado de louco quando falava o que ia acontecer agora. De uns 12 anos pra cá, começaram a prestar mais atenção e eu saí de louco para adivinho. Fomos preparados para um mundo vertical. O século XX tinha uma agenda vertical. Agora, tudo mudou e somos desafiados a acompanhar essas alterações”, debateu o pesquisador.
O evento “Convergência TJCE” integrou a programação comemorativa pelos 150 anos de instalação da Justiça cearense, que serão celebrados neste sábado, dia 03 de fevereiro.