´Catanã´ volta hoje ao banco dos réus
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- 30-06-2009
30.06.2009 Polícia Pág.: 12
O sargento da Polícia Militar, e ex-suplente de vereador, João Augusto da Silva Filho, o ´Joãozinho Catanã´, acusado de comandar um grupo de extermínio que agia em Fortaleza, será julgado, hoje, em Fortaleza. Vai responder pelo assassinato do ex-presidiário Lucivando Borges de Queiroz, o ´Bodó´, executado com vários tiros. O crime ocorreu na tarde de 17 de fevereiro de 2007 (sábado de Carnaval), na Rua Justiniano de Serpa, no bairro Otávio Bonfim.
´Catanã´ está preso desde o dia 14 de maio daquele ano, quando decidiu se entregar à Polícia depois que passou a ser caçado por ordem da Justiça e da Secretaria da Segurança Pública. Desde então, ele tenta provar na Justiça, por meio de seus advogados, que é doente mental e, portanto, não pode ser julgado pelos crimes que lhe são atribuídos.
O sargento é acusado de, pelo menos, sete homicídios, cujas vítimas foram todas fuziladas no meio da rua por criminosos que agiam em motocicletas e usavam capacetes.
Rosário de mortes
Além de ´Bodó´, foram também assassinadas, supostamente, pelo grupo chefiado pelo PM, as seguintes pessoas: Carlos Alberto Herculano (no dia 21 de abril de 1999, no Autran Nunes), Francisco Carlos Silva de Souza (no dia 18 de março de 2004, no Autran Nunes), Josiênio Rodrigues de Barros (dia 17 de agosto de 2005, no Henrique Jorge), Carlos Henrique Andrade do Nascimento (dia 3 de setembro de 2005, no Henrique Jorge), Charles Alberes Madeira (dia 4 de outubro de 2005, no Henrique Jorge), e Francisco Wellington Negreiros Lopes (dia 19 de outubro de 2005, também no Henrique Jorge). Para a Polícia, elucidar as mortes atribuídas a ´Catanã´ e seus capangas foi sempre difícil, pelo medo das testemunhas.
A desarticulação do grupo de extermínio comandado pelo sargento ´Catanã´ aconteceu graças ao trabalho de uma força-tarefa da Polícia Civil, determinada pelo secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Monteiro.
Além de muitos crimes de morte, o sargento comandava uma empresa clandestina que fazia a segurança em casas e pontos comerciais nos bairros d Autran Nunes, João XXIII, Henrique Jorge e Antônio Bezerra. A empresa foi identificada como sendo a ´JYF Vigilância Eletrônica´, que acabou sendo desarticulada pela Polícia após uma devassa determinada pela Justiça, em maio de 2007. Preso, ´Catanã´ provocou brigas e tentativas de fuga no Presídio Militar e acabou sendo transferido para o Manicômio Judiciário do Estado.
A morte de ´Bodó´ teria sido encomendada ao grupo de ´Catanã´ pelo comerciante Antônio Marques Cândido Alves, o ´Marquinhos do Frango´.
Fernando Ribeiro – Editor