A humanização no atendimento tem sido um dos responsáveis pelo índice de sucesso das audiências realizadas na 2ª Unidade do Juizado Especial Cível e Criminal (JECC) Desembargador Pontes Vieira, no bairro Maraponga, ao lado do Detran. Com 1.569 processos em tramitação, o JECC da Maraponga apresenta uma média de 75% de conciliação entre as partes. O responsável pela Unidade, juiz Carlos Henrique Garcia de Oliveira, acredita que o bom índice de acordos é resultado desse atendimento diferenciado.
O magistrado, que também é professor de Direito Romano na Faculdade 7 de Setembro, preza pela abertura do diálogo entre os servidores e a mesma orientação é dada para o atendimento aos cidadãos. Uma vez por mês eles se reúnem em um almoço, ali mesmo no JECC, para discutir os problemas da Unidade e as experiências que estão dando resultados positivos a fim de que sejam otimizadas.
Foi assim que a conciliadora Fátima Goulart, leitora assídua das revistas Bons Fluidos e Vida Simples, sugeriu a utilização da aromoterapia nos ambientes do JECC para proporcionar uma sensação de frescor a quem precisa resolver seus trâmites judiciais na Maraponga. Numa outra revista de Economia, o juiz leu uma reportagem que falava da maior permanência de clientes alemães em lojas com ambientação sonora e o consequente aumento nas vendas. Assim, os ambientes que já exalavam um discreto perfume de lavanda, eucalipto ou alfazema, passaram a ter um suave fundo musical e as pessoas aprovaram as inovações.
Nos almoços mensais quando se discutem desde os problemas estruturais da Unidade às diferentes estratégias de proporcionar o bem estar aos cidadãos que vão ao JECC da Maraponga, se falou da possibilidade de mudança na decoração do ambiente. Os funcionários decidiram trazer peças de suas próprias residências e o que se vê naquelas salas não lembra um órgão público tradicional. Quadros em estilos diversos, mandalas artesanais e imagens sagradas decoram as paredes. As janelas ganharam cortinas rendadas e o jardim recebe uma atenção especial para que haja uma integração entre a natureza e o espaço físico do JECC que as pessoas podem apreciar pelas janelas enquanto esperam sua vez para as audiências.
No JECC Desembargador Pontes Vieira quem aguarda atendimento na sala de espera tem televisão e muitas revistas à disposição. Os servidores fazem questão de identificar as pessoas que terão audiências e em vez de serem chamados pelo número do processo, eles são convocados pelo nome, mesmo tratamento dispensado durante a audiência. ?O importante é quebrar a frieza que normalmente há nos órgãos públicos?, ressaltou o juiz.