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ARTIGO – UM CICLO DE DESAFIOS PARA O JUDICIÁRIO

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A vida é feita de ciclos e isso vale também para as instituições, que submetidas ao teste do tempo, se adaptam e amadurecem conforme as experiências que as transformam.

No dia 29 de janeiro de 2021, assumi o imenso desafio de ser a terceira mulher a presidir o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). É um período que corresponde a um ciclo, recorte de uma passagem que nos permite celebrar conquistas, refletir sobre o futuro e, como representante de um Poder Público, de prestar contas à sociedade.

Apesar dos desafios hercúleos impostos pela pandemia e de adversidades inesperadas, o saldo de realizações é positivo, graças à determinação, união e coragem de todos que fazemos o Judiciário cearense, bem como a solidariedade de parceiros com os quais trabalhamos, com o propósito de modernizar e humanizar cada vez mais a prestação de serviços à população cearense.

Planejamos e entregamos a Central de Atendimento Judicial (CAJ), que fornece suporte para o público feminino, inclusive para a mulher que sofre algum tipo de violência, seja no âmbito familiar ou não. Com o programa “+ Interior”, o Judiciário reestruturou 13 comarcas em 2021 e se prepara para revitalizar unidades de mais 50 comarcas.

Prosseguimos com o Programa de Modernização do Judiciário (Promojud), com 43 ações projetos que visam dois eixos principais: transformação digital e fortalecimento da governança e da gestão, rumo ao que denominamos de “Justiça 4.0”.

Para isso, nos próximos cinco anos, serão investidos 35 milhões de dólares captados por meio de uma operação de crédito inédita com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), aprovada pela União e assinada pelo governador Camilo Santana.

São esforços que produzem números reconhecidos nacionalmente: o Relatório Justiça em Números 2021, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostra TJCE entre os tribunais mais produtivos do país, na sexta colocação, e com 100% dos casos novos, de 1º e 2º grau, ingressando no formato virtual.

Nada disso seria possível sem o compromisso e a dedicação de equipes determinadas, o planejamento a longo prazo, a resiliência e a criatividade para assimilar novos obstáculos, junto com a convicção de que o serviço público pode e deve ser feito com excelência, priorizando sempre o humano. Por tudo isso, tenho convicção de que 2022 será mais um ano de novos desafios que serão enfrentados e, com certeza, superados.

Desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará