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Alunos com Transtorno do Espectro Autista recebem atenção especializada da Creche do Judiciário

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As pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) travam luta diária por inclusão e qualidade de vida, enfrentando dificuldades decorrentes do despreparo e preconceito da sociedade. Um dos desafios é o ingresso da criança no sistema de ensino regular e sem custo adicional aos pais. Esse direito, previsto pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (n° 13.146/2015), é garantido aos filhos de servidores e magistrados matriculados na Creche do Judiciário cearense.
Segundo a diretora da creche, Mônica Cruz, há quatro crianças diagnosticadas com TEA estudando no local. “Possuímos atendimento adequado para elas, com serviço de fonoaudiologia e nutrição. Temos ainda uma equipe pedagógica que fica à disposição das professoras para qualquer apoio”, informou.
Quando necessário, é utilizado material adaptado, como a cola bastão no lugar do tubo de cola, por exemplo. As tarefas também podem ser modificadas de acordo com a necessidade da criança.
Mônica disse que muitos profissionais da creche buscam capacitação na temática do autismo, participando de curso e eventos e multiplicando o conhecimento na escola. Além disso, os pais são orientados a procurar outros profissionais, como neuropediatra, para diagnóstico de possível problema no desenvolvimento da criança.
“Posso afirmar que a maior ferramenta que usamos na educação das crianças é o amor e a empatia. Buscamos nos colocar no lugar delas e dos familiares para desenvolvermos um trabalho com excelência. É um trabalho que nos enriquece enquanto seres humanos”, ressaltou a diretora.
A IMPORTÂNCIA DA CRECHE
O servidor Rodrigo Xenofonte, assessor da Vice-Presidência do Tribunal de Justiça do Ceará, foi alertado pela fonoaudióloga da creche de que o filho, João Lucas, poderia ter autismo. “A creche foi fundamental para o desenvolvimento do meu filho. As professoras se empenharam em fazer cursos e capacitações para dar o melhor atendimento. Hoje ele tem seis anos, e o convívio com os colegas no novo colégio foi facilitado por todo o avanço e autonomia que ele obteve na creche”, relatou.
De acordo com Rodrigo, apesar dos avanços, ainda faltam mais políticas públicas para aceitar a diversidade. Para ele, a conscientização é uma das formas de romper barreiras acerca de um transtorno que atinge 1% da população global, segundo a Organização Mundial de Saúde. No Brasil, estimam-se cerca de 2 milhões de pessoas. Os sinais aparecem nos primeiros anos de vida e têm como principais características a dificuldade em interagir socialmente, o comprometimento da comunicação e comportamento repetitivo. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor para o desenvolvimento da criança.
Nesta terça-feira (02/04), é lembrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A campanha tem a cor azul, pois o transtorno ocorre com mais frequência em pessoas do sexo masculino. Na Capital, uma das entidades que trabalham com o tema é a Associação Fortaleza Azul (FAZ), composta por cerca de 300 famílias.
A presidente da associação, Fernanda Cavalieri, informa que haverá atividades nos dias 6 e 13 de abril, compostas por palestras, brincadeiras para todas as crianças, prestação de serviços e distribuição de cartilha sobre o autismo elaborada pela Assembleia Legislativa do Estado. A programação está disponível nas redes sociais da Fortaleza Azul (Facebook e Instagram), e também pelo site www.faz.org.br.
SOBRE A CRECHE
É um benefício do Judiciário aos filhos de servidores e magistrados. A instituição, que oferece Educação Infantil (II ao V) em tempo integral (8h às 18h), recebe crianças de 1 ano e 8 meses a 6 anos. Além do ensino regular, disponibiliza atividades extracurriculares, como balé, judô e futebol. Os alunos têm quatro refeições ao dia, incluindo almoço e jantar.
A creche dispõe de 36 profissionais, entre professores, auxiliares, enfermeira, fonoaudióloga e nutricionista. As vagas são disponibilizadas por meio de edital, lançado no segundo semestre.