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Acusados da Chacina do Vila Velha são condenados pelo júri popular

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O Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri da Comarca de Fortaleza condenou os réus Francisco Robson de Souza Gomes, Bruno Araújo de Oliveira, Jeilson Lopes Pires, Júlio César Clemente da Silva e Rogério Araújo de Freitas pelas mortes das jovens Darcyelle Ancelmo de Alencar, Ingrid Teixeira Ferreira e Nara Aline Mota de Lima. O crime ocorreu no dia 2 de março de 2018, no bairro Vila Velha, em Fortaleza.
Francisco Robson foi condenado a 85 anos e seis meses de reclusão; Jeilson Lopes a 85 anos; Bruno Araújo a 78 anos e seis meses; Rogério Araújo a 78 anos e Júlio César Clemente a oito anos e seis meses. Todas as penas serão cumpridas em regime fechado.
Francisco Robson, Jeilson e Rogério foram condenados por todos os crimes: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e surpresa), destruição e ocultação de cadáver, tortura, associação criminosa e porte de arma. Rogério teve a pena diminuída por ter confessado a participação.
Já Bruno Araújo foi absolvido do porte de arma e condenado pelo restante dos crimes. Júlio Clemente foi condenado apenas por associação criminosa e porte de arma.
O julgamento ocorreu nessa quarta-feira (27/02), no 1º Salão do Júri, no Fórum Clóvis Beviláqua. A sessão, presidida pelo juiz titular da 3ª Vara, Victor Nunes Barroso, teve início às 11h30 e encerrou por volta de 1h30 desta quinta-feira (28).
Inicialmente, foram feitos os interrogatórios dos cinco réus. Francisco Robson, que se encontra na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), foi ouvido por meio de videoconferência. Por volta das 13h40, teve início a fala da acusação, representada pela promotora de Justiça Joseana França. Às 16h40 começou a defesa, sob a responsabilidade dos defensores públicos Sulamita Teixeira e Weimar Salazar Montoril. Às 21h30 horas, foi iniciada a votação dos jurados, tendo o juiz lido a sentença à 1h30.
O processo faz parte do programa “Tempo de Justiça”, uma parceria entre Poder Executivo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, que acompanha processos de crimes dolosos contra a vida com autoria esclarecida, ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2017. O caso, de grande complexidade e com múltiplos réus e vítimas, foi levado a julgamento em menos de um ano após o crime.
O CASO
O crime ocorreu no dia 02 de março de 2018, por volta das 13h40, em um manguezal localizado no bairro Vila Velha. Segundo a denúncia do Ministério Público, as vítimas moravam juntas e estavam na residência que compartilhavam no bairro Barra do Ceará, quando foram arrebatadas pelos acusados Bruno, Jeilson, Júlio César e Rogério, seguindo ordens de Francisco Robson, que se encontrava preso.
Chegando ao local, Darcyelle, Ingrid e Nara foram cruelmente torturadas e assassinadas, tendo as cabeças degoladas e os corpos mutilados. A ação criminosa foi filmada e o vídeo compartilhado em redes sociais. A motivação do crime seria o fato de as vítimas serem integrantes da facção Comando Vermelho, rival da facção Guardiões do Estado, da qual os acusados fariam parte. Francisco Robson, Bruno e Jeilson negaram a autoria, enquanto Júlio César e Rogério confessaram participação.