O réu Helson Diego Almeida dos Santos Castro foi condenado a sete anos de reclusão, em regime fechado, por tráfico de drogas. A decisão, do juiz José Ronald Cavalcante Soares Júnior, respondendo pela 3ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas de Fortaleza, foi publicada no Diário da Justiça dessa segunda-feira (04/09).
De acordo com o magistrado, “a versão do acusado [negando o tráfico] não traduz a verdade, enquanto os depoimentos dos policiais não apresentam qualquer contradição que possa abalar sua credibilidade, devendo ser ressaltado que não teriam motivos para falsamente imputar ao réu a prática de um delito, eis que sequer o conheciam anteriormente ao fato”.
O juiz explicou que “o crime de tráfico de drogas tem como característica ser praticado na clandestinidade, procurando, ao máximo, não deixar vestígios, razão pela qual deve-se, dessa forma, dar relevância ao depoimento policial, ainda mais, quando estes participaram, ativamente, de toda investigação e não há qualquer indicativo nos autos de que os policiais tivessem qualquer motivação para querer prejudicar o réu forjando uma situação de flagrante delito”.
O magistrado ainda ressaltou que “o testemunho policial é de grande valia na prova do tráfico, não tendo sua credibilidade reduzida em razão de tal condição, salvo na presença de provas concretos que possam desaboná-lo, o que não se demonstrou, nem sequer por indícios, no curso do presente feito”.
O CASO
Consta nos autos (nº 0195350-61.2012.8.06.0001) que policiais receberam uma informação anônima de que Helson estaria associado a traficantes, fornecendo-lhes veículos financiados em nome de terceiros para o transporte de droga. O réu foi preso no dia 6 de setembro de 2012, na residência dele, localizada na rua Cesar Correia, no bairro Colônia, em Fortaleza.
Conforme alertado na denúncia anônima, os policiais encontraram um automóvel modelo Gol, estacionado próximo à residência. Eles avistaram o acusado se aproximar do carro pelo menos duas vezes. Helson ficou, a todo o momento, falando ao telefone e não parou de olhar para o veículo, a fim de verificar se este ainda se encontrava no local. Os policiais abordaram o acusado, encontrando 1kg e dez gramas de pasta base de cocaína no automóvel.
Pouco antes, um indivíduo passou dirigindo outro carro e, discretamente, levou as chaves do Gol, impossibilitando sua apreensão. Foram apreendidas duas outras chaves e seus respectivos veículos, que estavam registrados em nome de terceiros. Os policiais se dirigiram então a um imóvel do réu, localizado em Icaraí (Caucaia), e lá apreenderam mais um veículo, também registrado em nome de um terceiro. Quando retornaram, o Gol não se encontrava mais no local.
Segundo o Ministério Público, existem diversos indícios que levam a crer no envolvimento de Helson com uma quadrilha de traficantes, que fora presa, com 260 kg de droga importada do Paraguai e armas de fogo, em abril de 2012. A carteira de habilitação do réu e armas e munições registradas em seu nome foram encontradas no local do crime.