3ª Vara do Júri ouve testemunhas e réus do processo que investiga a morte do padre Djair
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- 30-03-2010
A 3ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua está realizando desde as 15 horas desta terça-feira (30/03) a oitiva das últimas testemunhas do processo que investiga a morte do padre Djair Gomes Cavalcante, ocorrida em outubro de 2003 na casa paroquial da Igreja Redonda, na Parquelândia.
Até às 18 horas, já haviam sido ouvidas sete testemunhas arroladas pela defesa dos acusados, patrocinada pelo defensor público Émerson Castelo Branco, faltando apenas uma testemunha e o interrogatório dos dois réus, Francisco Jacinto Matias e Raimundo da Silva Nogueira. A expectativa é tomar o depoimento de todos ainda hoje.
As 10 testemunhas arroladas pelo Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça Humberto Ibiapina, já foram ouvidas em duas audiências realizadas na semana passada, uma no dia 23 e outra no dia 25.
Caso a fase de instrução do processo seja encerrada hoje, defesa e acusação terão um prazo de cinco dias cada para apresentar as alegações finais. Após essa etapa, o juiz analisará tudo o que foi apurado e apresentado para decidir se os acusados serão pronunciados e irão a júri popular ou não, o que deve acontecer em cerca 20 dias, de acordo com o titular da 3ª Vara do Júri, José de Castro Andrade.
O caso
Segundo a denúncia, Djair Gomes Cavalcante foi assassinado com golpes de instrumento contundente, no dia 1º de outubro de 2003, na casa paroquial da Igreja Redonda, no bairro Parquelândia.
O crime estava envolto em mistério, por não haver pista de autoria. Com base na investigação e por não haver sinais de arrombamento no local do crime, entretanto, chegou-se aos funcionários da paróquia que possuíam as chaves do imóvel. Assim, Francisco Jacinto Matias, que estava responsável por resguardar a paróquia no dia do crime quando o padre havia saído para uma oração na casa de um fiel, passou a ser o principal acusado, juntamente com Raimundo da Silva Nogueira. Os dois, então, foram denunciados por prática de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A hipótese do Ministério Público é de que os dois, que teriam agido conjuntamente, estariam insatisfeitos com as medidas tomadas pelo pároco para melhorar as finanças da igreja, inclusive demitindo alguns funcionários, de onde veio o temor dos supostos agressores. Já a defesa trabalha negando a autoria dos réus.
O caso foi investigado, na fase de inquérito policial, por quase seis anos, sendo a denúncia do Ministério Público apresentada à Justiça somente em 2009. Em 14 de dezembro daquele ano, os réus tiveram suas prisões preventivas decretadas.