Depois de três anos preso por roubo, Leonardo Ribeiro de Brito, de 23 anos, vê uma oportunidade de começar uma nova vida. Após receber progressão de regime, do semi-aberto para o aberto, o recém-liberto revela querer aproveitar o momento para ?estudar, trabalhar e mudar de vida?. Ele foi um dos 27 egressos do sistema prisional do Estado que receberam alvarás de soltura, progressão de regime e extinção de pena, na tarde desta quinta-feira (26/11), durante a última audiência coletiva do Mutirão Carcerário, realizada no 1º salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua.
Durante o Mutirão Carcerário do Ceará, 3.944 egressos foram beneficiados, sendo 2.749 com a liberdade. Para Leonardo Ribeiro, esse é o sonho de todos os detentos. ?Espero que eu e todos os outros presos agarremos essa oportunidade com toda a força e sirvamos de exemplo para outros. Nós só vamos quebrar o preconceito da sociedade provando que somos pessoas do bem?, ressaltou.
Na audiência, presidida pela juíza Rosilene Ferreira Facundo, os detentos foram informados das condições que devem cumprir para que não voltem às unidades prisionais. Eles também receberam orientações sobre retirada de documentos, benefícios sociais, oportunidades de qualificação e de ingresso no mercado de trabalho. Os recém-libertos receberam, ainda, roupas, vales-transporte e encaminhamento para os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), coordenados pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas).
De acordo com a magistrada Rosilene Ferreira Facundo, os benefícios concedidos pelo Mutirão Carcerário são direitos dos presos. ?Eles devem cumprir com a pena, mas nunca perder os seus direitos como homem e como egresso. A burocracia da audiência é importante para informá-los de suas obrigações com a Justiça fora do presídio, porém, procuramos sensibilizá-los ressaltando que a mudança só depende deles?, destacou a juíza.
No próximo dia 2 de dezembro, uma solenidade no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) encerrará as atividades do Mutirão Carcerário do Estado, coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Corregedoria Geral da Justiça.