24.11.09
Regional
Iniciativa atendeu casais que já viviam juntos, mas não tinham condições de pagar pelo registro civil
Limoeiro do Norte. Casamento exige dedicação, respeito, responsabilidade, amor. E pelo menos R$ 105 para fazer o registro civil. Quem não tem essa quantia e já “juntou os panos” teve oportunidade de dizer o “sim” para um juiz e, gratuitamente, documentar a união e assegurar os direitos de marido e mulher. Em Limoeiro do Norte, 101 casais carentes foram registrados no maior casamento coletivo já realizado na região, numa parceria do Tribunal de Justiça do Estado, Rotary Club e Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social e da Cidadania.
Foi quando surgiu essa oportunidade que a agricultora Maria José Gomes da Silva dirigiu-se para o agricultor Joseir da Costa: “E aí, você aceita casar comigo?”. Os dois riram, porque estão juntos há 16 anos, mas sentiam que estavam casando de novo. Mesmo depois de tanto tempo, tinham o nervosismo típico de quem vai casar. O juiz João Dantas Carvalho chamava os noivos pelo nome e fazia a tradicional pergunta. Quando indagado, o agricultor Erinaldo da Silva estava tão nervoso que só soube levantar o polegar direito como sinal de positivo. “É pra dizer ´sim´”, explicou a noiva. A filha única de Joseir e “Mazé” registrava tudo com uma câmera fotográfica, feliz de ver os pais casados “no papel”. A maioria dos casais beneficiados vive na zona rural e muitos são beneficiários do Programa Bolsa Família. A rusticidade das mãos grossas e calejadas contrastam nos noivos com as alianças douradas nos dedos, calças sociais, camisa de “pano passado” e vestidos de cetim.
Para Pedro Luciano Lima, titular da Secretaria de Ação Social de Limoeiro, além de representar uma economia para famílias, “assegura direitos para os casais. Várias instituições se uniram para proporcionar este evento”, coloca.
O presidente do Rotary Club, Arnóbio Santiago, afirma que o resultado foi muito positivo. “Cerca de 170 casais fizeram inscrição, mas 101 estavam aptos a casar, e aconteceu um evento muito bonito”. Também contribuiu Italo Feijó Granja, do Cartório do 1º Ofício de Limoeiro do Norte.
Cidadania
“Muitos casais carentes sonhavam com uma oportunidade inédita como essa”
Pedro Luciano
Secretário municipal
“Este evento pode servir de exemplo para outros municípios fazerem o mesmo”
Arnóbio Santiago
Presidente do Rotary Club
“O registro civil assegura direitos que uma união estável teria a partir de cinco anos”
João Dantas Carvalho
Juiz de Direito e diretor do Fórum de Limoeiro
MAIS INFORMAÇÕES
Secretaria do Desenvolvimento Social e Cidadania: (88) 3423.1340
Rotary Club de Limoeiro do Norte
(88) 8816.3985