I Jornada Antinuclear do Ceará acontece de 11 a 14 de agosto
Com o tema “Os danos da mineração de urânio e fosfato: O presente que temos em Caetité – BA; O futuro que queremos em Santa Quitéria – CE”, será realizado nos dias 11, 12 e 14 de agosto de 2012, nos municípios de Santa Quitéria, Itatira e Fortaleza. O evento da Capital acontecerá dia 14/08, às 14 horas, no Auditório da Escola de Saúde Pública do Ceará (Av. Antônio Justa, 3161, Meireles).
O objetivo da Jornada é discutir os impactos socioambientais e para a saúde humana do Projeto de Mineração de Urânio e Fosfato de Itataia (Santa Quitéria), bem como discutir as alternativas de enfrentamento e construção de caminhos concretos e viáveis que possibilitem o empoderamento das famílias atingidas. A Articulação Antinuclear do Ceará, criada no início de 2011, é composta pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Cáritas Diocesana de Sobral e Núcleo Trabalho, Meio Ambiente e Saúde da Universidade Federal do Ceará (TRAMAS/UFC).
PROGRAMAÇÃO:
11/08: Seminário e Oficina sobre Avaliação de Equidade Ambiental no Assentamento Morrinhos – Santa Quitéria
12/08: Seminário no Distrito de Lagoa do Mato e Oficina sobre Avaliação de Equidade Ambiental na comunidade de Porteiras – Itatira
14/08: Seminário de Lançamento do Relatório da Missão Caetité: Violações de Direitos Humanos no Ciclo do Nuclear – Relatoria Nacional para o Direito Humano ao Meio Ambiente da Plataforma Dhesca Brasil (Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais, em Fortaleza
CONVIDADOS:
– Cristiane Faustino – Instituto Terramar, membro da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, Relatora Nacional para o Direito Humano ao Meio Ambiente da Plataforma Dhesca Brasil (coordenação)
– Zoraide Vilasboas – Associação Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania, membro da Rede Brasileira de Justiça Ambiental
– Pe. Osvaldino Barbosa – Caetité-BA
– Florisvaldo Cardoso – morador de Gameleira, Riacho da Vaca, comunidade atingida pela mineração de urânio de Caetité-BA
– Lucas Mendonça – Sindicato dos Mineradores de Brumado e Microrregiões
– Ana Cláudia Teixeira e Pablo Araújo – Pesquisadores do Núcleo TRAMAS/UFC, membro da Rede Brasileira de Justiça Ambiental
– Representante da Articulação Antinuclear do Ceará
ITATAIA
A mina de Itataia composta por urânio e fosfato, descoberta pelo Governo Federal no início da década de 1970, situada no triângulo entre os municípios de Santa Quitéria, Itatira e Madalena, Ceará, prevista para ser explorada em 2015, tem sido anunciada pelos empreendedores e governo estadual como propulsora do desenvolvimento e do progresso e que trará emprego e renda para as comunidades locais. O projeto Santa Quitéria, como assim é denominado o consórcio formado pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a empresa Galvani, orçado em cerca de R$ 700 milhões de reais, conta com financiamento de recursos públicos do Banco do Nordeste do Brasil e do Governo do Estado do Ceará que arcará com as obras de infra-estrutura: uma adutora (52 quilômetros) no valor de R$ 60 milhões para levar água do açude Edson Queiroz à mina; uma linha de transmissão 69 kV de energia elétrica (50 quilômetros) para a jazida de R$ 20 milhões; e a construção de 17 quilômetros de estradas, por R$ 5 milhões, destinadas a escoar o urânio e o fosfato extraídos de Itataia. Além destas está prevista a construção de uma estrada de ferro ligando o empreendimento aos municípios de Quixadá e Nova Russas. O urânio explorado será destinado à produção de energia demandada principalmente pelo setor industrial eletro-intensivo; e o fosfato à produção de fertilizantes para o agronegócio.
A problemática da mineração de urânio em Caetité-BA nos alerta para os impactos socioambientais, as violações aos direitos humanos, riscos e danos à saúde, que podem atingir as populações situadas na área de influência direta e indireta da mina fósforo-uranífera no Ceará se considerarmos todo o ciclo do combustível nuclear – mineração, transporte, conversão, enriquecimento, reconversão, combustível nuclear, lixo radioativo.