Escritor Ariano Suassuna ministra aula sobre Raízes da Cultura Brasileira, às 17 horas desta quarta-feira
O advogado, professor, teatrólogo e romancista paraibano Ariano Suassuna irá ministrar nesta quarta-feira (14/08), a partir das 17 horas, no auditório da Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará (Esmec), uma aula-espetáculo com o tema “Raízes Populares da Cultura Brasileira”.
A apresentação buscará discutir a identidade cultural do Brasil, com suas matrizes indígena, portuguesa e africana, através da música e dança. A aula, além dos muitos elementos iconográficos e musicais da estética armorial, mostrará uma série de imagens referentes ao projeto “A Onça Malhada, a Favela e o Arraial”. Suassuna explica que coloca a onça malhada “como uma metáfora da Nação, tão mesclada de cores e etnias”, para reafirmar a força e a variedade da cultura brasileira.
A aula será aberta apenas para magistrados, professores da Esmec, alunos das atuais turmas dos cursos de pós-graduação lato sensu da Escola e servidores do Poder Judiciário estadual, que receberam convites ou fizeram inscrição por e-mail ou telefone.
Uma vez que a aula-espetáculo será gratuita, a Direção da Escola solicita que os inscritos tragam uma lata de leite em pó, que será destinada ao programa de inclusão social que está sendo desenvolvido pela Esmec junto à comunidade do Dendê.
Os alunos das atuais turmas de pós-graduação da Esmec que registrarem presença receberão declaração ou certificado, correspondendo a 4 horas/aula, que podem ser utilizadas na integralização dos Seminários Especiais, podendo ainda obter mais 4 h/a se fizer um relatório sobre o que foi discutido.
O evento cultural que a Esmec está promovendo, com apoio da Presidência do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), integra-se às atividades-fim da Instituição, conforme preceitua seu Regimento Interno:
Art.2° – São fins da Escola:
(…)
III – dar aos funcionários e servidores do Poder Judiciário oportunidade de aprimoramento funcional e intelectual, nas áreas e diversos ramos do saber, para melhoria dos seus desempenhos e maior contribuição aos serviços de apoio à atividade jurisdicional;
IV – concorrer para o aprimoramento cultural dos Bacharéis em Direito e para a difusão dos preceitos e garantias formais relativos à tutela do respeito à pessoa humana, às instituições democráticas, aos ideais de Justiça, Equidade e Paz Social.
BIOGRAFIA (COMPILAÇÃO DO WIKIPEDIA)
Ariano Vilar Suassuna nasceu em João Pessoa em 16/06/1927. A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em 1945, os estudos secundários. De formação calvinista e posteriormente agnóstico, converteu-se ao catolicismo, o que viria a marcar definitivamente a sua obra. Em 1947, escreveu sua primeira peça, “Uma Mulher Vestida de Sol” e, nos dois anos seguintes, as peças “Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa)” e “Os Homens de Barro”.
Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo “Auto de João da Cruz”. Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça “Torturas de um Coração” em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época “O Castigo da Soberba” (1953), “O Rico Avarento” (1954) e o “Auto da Compadecida” (1955), peça que o projetou em todo o País.
Em 1957 foi encenada a sua peça “O Casamento Suspeitoso” e “O Santo e a Porca”. Em 1958, foi encenada a sua peça “O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna” e, no ano seguinte, “A Pena e a Lei”. Em 1959 fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a “Farsa da Boa Preguiça” (1960) e “A Caseira e a Catarina” (1962).
No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência “A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira”. Doutorou-se em História pela UFPE em 1976.
Foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967) e Secretário de Cultura de Pernambuco no Governo Miguel Arraes (1994-1998).
Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina, que viesse se juntar ao movimento, lançado em Recife, em 18 de outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e escultura.
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o “Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta” (1971) e “História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana” (1976), classificados por ele de “romance armorial-popular brasileiro”.
Os livros de Ariano Suassuna já foram traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.
Em 1993, foi eleito para a Academia Pernambucana de Letras. Desde 1990, ocupa a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo. Assumiu a Academia Paraibana de Letras em 9 de outubro de 2000.
Em 2006, foi concedido título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Ceará, mas que veio a ser entregue apenas em 10 de junho de 2010, às vésperas de completar 83 anos. “Podia até parecer que não queria receber a honraria, mas era problemas de agenda”, afirmou Ariano, referindo-se ao tempo entre a concessão e o recebimento do título.
Saiba mais sobre Suassuna no seu blog (http://arianosuassuna.zip.net), e sobre o Movimento Armorial no endereço http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Armorial.
MAIS INFORMAÇÕES NA ESMEC:
Edifício Desembargador Júlio Carlos de Miranda Bezerra
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Telefone: (85) 3492.9100 – Fax: (85) 3492.9134
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