A terceira história da série de reportagens em homenagem ao Dia das Mães traz uma juíza cearense, recém-empossada, que está conciliando o cargo de magistrada, que requer total dedicação, com o papel de mãe. “Ter que ficar fora de casa e acompanhar a rotina de longe para que as coisas funcionem, não é fácil”, reconhece Yanne Alencar, que trabalha em Jucás e a família mora em Iguatu, no Interior do Estado
Uma mãe que se divide entre a casa e o trabalho. Essa é uma cena comum na atualidade, porém, como essa dinâmica acontece quando a mãe trabalha em uma cidade e o filho mora em outra?
A juíza Yanne Alencar vive essa realidade desde que assumiu como magistrada, no dia 25 de fevereiro deste ano, a Comarca de Jucás. Seu filho Arthur, de nove anos, e o marido permanecem morando em Iguatu, distante 33,7 km de Jucás, localizado a 414 Km de Fortaleza.
Antes de assumir a magistratura, era servidora do Tribunal de Justiça do Ceará e atuava no Juizado Especial de Iguatu como analista judiciária. “Como não viajava e diante da desnecessidade de levar trabalho para casa, disponibilizava um maior tempo com ele para acompanhar o seu estudo diário, podendo inclusive ir nas atividades extraescolares”, conta.
Com a nova profissão, o acompanhamento diário diminuiu, devido ao volume de trabalho na Comarca de Jucás. Para compensar a redução do convívio no dia a dia, Arthur ajuda se dedicando aos estudos e tentando resolver suas atividades sozinho, reduzindo assim as tarefas da mãe para que possam aproveitar mais o tempo juntos.
“Percebo que ele absorve bem as mudanças, aumentou o senso de responsabilidade e compreende que a minha ausência é necessária, mas será momentânea. Todo o processo de adaptação é complicado, mas as crianças conseguem se amoldar mais rápido e com menos pesar que nós, adultos”, afirma.
OS ESTUDOS E O FILHO
Yanne conta que Arthur sempre foi uma criança compreensiva, inclusive durante o período de preparação para o concurso de juiz substituto do Estado do Ceará. “Às vezes, ele reclamava por não poder acompanhá-lo em festinhas ou atividades, ou até mesmo assistir TV. Quando isso acontecia, dava um tempinho nos estudos”.
Hoje, ela diz ter certeza de que sua dedicação se reflete na formação do caráter do menino. “O seu senso de responsabilidade e a certeza de que ‘as coisas não são fáceis’ são valores que estão inseridos na sua personalidade”.
MULHER MODERNA
Para conciliar o acúmulo de funções, característica da mulher moderna, a magistrada diz ser necessário muita organização e companheirismo. E que ter um marido que divide as responsabilidades e uma família por perto que ajuda na organização da rotina diminui qualquer dificuldade.
“Ter que ficar fora de casa e acompanhar tudo de longe para que as coisas funcionem não é fácil. Mesmo diante de todas as dificuldades, a minha felicidade por ter conseguido minha realização profissional é perceptível por todos. Sou muito grata a Deus pelo dom da vida. Tenho um filho saudável e feliz, que me motiva todos os dias simplesmente pelo fato de ele existir”.