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TJ manda Ximenes a júri por pistolagem

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23.04.09
A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado decidiu, ontem, por unanimidade de votos (três a zero), mandar a júri popular o ex-prefeito do Município de Canindé, Luiz Ximenes Filho. O político é acusado de ter sido o autor intelectual (o mandante) de um crime de pistolagem ocorrido no dia 23 de junho de 2001, em uma churrascaria no Conjunto Prefeito José Walter, nesta Capital.
A vítima do assassinato foi o advogado José Wilson de Andrade Freire, eliminado com vários tiros. Os executores, segundo apurou a Justiça, foram Francisco Fábio da Silva, Edneudo Oliveira da Silva, o ´Pipoca´; e Manoel Carneiro Neto, o ´Manuel Preto´, todos apontados como matadores de aluguel (pistoleiros).
Em fevereiro de 2003, o juiz Francisco Mauro Ferreira Liberato, da Primeira Vara do Júri, recebeu a denúncia do Ministério Público contra os acusados, mas decidiu ´impronunciá-los´ (não mandá-los a julgamento), alegando ´insuficiência de provas?. Determinou ainda a expedição de alvarás de soltura para os acusados que estavam presos preventivamente. O Ministério Público recorreu.
Reformaram
Ontem, os desembargadores que compõem a Primeira Câmara Criminal do TJCE decidiram reformar a decisão do juiz de primeira instância e mandar os réus a júri. O relator da matéria foi o desembargador Francisco Haroldo Rodrigues de Albuquerque.
Segundo apurou a Polícia, na época, o advogado foi assassinado por manter ´animosidades´ com Ximenes Filho, em decorrência de disputas políticas em Canindé (a 97Km de Fortaleza). Para o crime, ele teria contratado os pistoleiros. No recurso em ´sentido estrito´ contra a impronúncia dos três acusados, o promotor Humberto sustentou a plena existência de indícios suficientes que demonstraram a participação dos réus no assassinato.
Segundo as investigações, o advogado tomou conhecimento de que uma grande soma de dinheiro seria retirada dos cofres da prefeitura de Canindé pelo prefeito Ximenes Filho, com o objetivo de pagar uma indenização por danos morais. O advogado ameaçou denunciar o caso, mas acabou sendo fuzilado. O inquérito, na época, foi presidido pelo delegado Vagner Diniz Leite, que era o titular do 8º DP.