Acessibilidade e Memória: Judiciário inicia projeto “Aqui Tem Inclusão” no Fórum Clóvis Beviláqua
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- 05-12-2024
Nesta quinta-feira (5/12), o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) deu mais um passo significativo em direção à acessibilidade e preservação da memória com o lançamento do projeto “Aqui Tem Inclusão”. O objetivo é garantir que pessoas com deficiência auditiva também possam explorar o acervo do Espaço da História do Fórum Clóvis Beviláqua (FCB).
O projeto, que disponibiliza vídeos com tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), é uma iniciativa que transcende o uso da tecnologia. Por meio de QR Codes anexados a documentos e objetos do acervo, visitantes surdos(as) têm a oportunidade de compreender o conteúdo exposto de forma autônoma e independente.
Para a diretora do FCB, juíza Solange Menezes Holanda, o projeto vai além do compromisso com a democratização do acesso à memória coletiva. “É mais do que inclusão, é a empatia que todos nós devemos ter com nossos semelhantes. Quero agradecer aos servidores envolvidos por mais esse avanço que estamos dando hoje. Espero que este projeto inspire outras instituições, e a cada um de nós, a refletir sobre como podemos tornar o mundo mais acessível”.
Colaborador do FCB há dois anos, Tiago Marinho é surdo e ficou entusiasmado com a novidade. “A história do Fórum Clóvis Bevilaqua é de grande importância para nós que trabalhamos diariamente aqui e para as pessoas que frequentam também. Eu achei super interessante a maquete feita, o quadro dos diretores antigos. Nós estamos muito felizes”.
COMO SURGIU
O projeto “Aqui Tem Inclusão” foi inspirado na necessidade de Ana Beatriz Sá Ferreira, que trabalha como higienizadora do arquivo e tinha muita vontade de conhecer mais sobre a história do seu local de trabalho. A colaboradora levou a demanda até a Diretoria do FCB, por meio da equipe de intérpretes e tradutores de Libras, e foram iniciados os estudos com a Assessoria de Comunicação do Poder Judiciário para avaliar qual seria a melhor forma de dar acessibilidade a esse conteúdo.
“Quero agradecer pela inclusão do QR Code, pois eu sempre vinha nesse espaço, entrava e tinha vontade de conhecer a história do Fórum. Os surdos não usam muito a leitura como segunda língua, e é por isso solicitei a acessibilidade em Libras”, explicou Ana Beatriz.
A tradutora e intérprete do Poder Judiciário estadual, Kalinca Cruz, destacou que “tudo isso é reflexo de uma visão que prioriza o acolhimento e o respeito às diversidades. Para muitos, o lançamento desta iniciativa simboliza uma quebra de barreiras que, por muito tempo, limitaram a participação plena de pessoas com deficiência auditiva em espaços culturais”.
O Espaço da História do Fórum Clóvis Beviláqua é um lugar que respira histórias de transformações sociais e jurídicas. Agora, com o projeto de inclusão, mais pessoas terão acesso a essas informações, reforçando o papel do Judiciário como agente de transformação social. A visitação pode ser feita todos os dias úteis, das 9h às 18h, no Setor Verde do FCB (Sala 1 – Nível 0), em frente ao elevador central.