Balanço: 236 pessoas em conflito familiar são beneficiadas com Oficinas no Fórum Clóvis Beviláqua em 2022
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- 12-12-2022
Com o objetivo de amenizar alguns impactos decorrentes da separação no relacionamento familiar, o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Fortaleza promoveu, durante o ano de 2022, o atendimento a 236 participantes das Oficinas Pais e Filhos e Vivencial. Ao longo do período, foram realizados 32 encontros no total.
Durante as sessões, é discutida a temática da alienação parental, que é a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a guarda do menor. Também são abordados a importância da separação entre parentalidade (cuidados parentais e relações entre pais e filhos) e conjugalidade (laços afetivos e sexuais), e a necessidade de promover o bem-estar dos filhos.
O último encontro do ano ocorreu no dia 30 de novembro e contou com a presença da diretora do Fórum Clóvis Beviláqua, juíza Ana Cristina Pontes Esmeraldo. Na ocasião, a magistrada destacou que é “valioso termos dentro do Poder Judiciário um ambiente de acolhimento e orientação a pais, tutores e filhos que estão passando por um momento tão sensível de reorganização do núcleo familiar”.
A magistrada ressaltou que, “nas Oficinas, os participantes são estimulados ao fortalecimento do elo familiar, reconhecendo o valor e importância de cada membro, independentemente da configuração do seu núcleo. É, portanto, uma iniciativa que contribui para o tratamento adequado das demandas familiares que deságuam no Judiciário. A dedicação, o cuidado e toda técnica envolvida na facilitação das atividades também é algo a ser destacado”.
Mônica Sant’Ana Mantini, psicóloga responsável pelas Oficinas de Parentalidade do Cejusc de Fortaleza, explicou que “a importância desses encontros é trazer uma oportunidade para que pais e mães reflitam sobre os papéis que têm desempenhado e sobre a qualidade das relações que têm estabelecido e, assim, possam escolher agir da maneira mais saudável para si e para seus filhos. É um convite para se responsabilizarem sobre suas vidas e sobre as vidas de seus filhos de forma madura”.
Para o promotor de Justiça Leo Junqueira Ribeiro de Alvarenga, participante da Oficina Pais e Filhos, o processo de separação pode ser muito doloroso e provocar “angústia, tristeza, indignação, perda do sono, necessidade de tomar remédios calmantes, nervosismo que refletem no humor, no trato com os filhos e com quem mais amamos”.
Ele reforça que o modelo deveria ser expandido. “Tenho certeza que, se tivesse participado da oficina antes da audiência de conciliação, hoje eu teria um processo arquivado. Meus filhos estão até hoje sofrendo”.
CONTINUIDADE
A Oficina Pais e Filhos existe no Cejusc de Fortaleza desde julho de 2014, e mesmo durante a pandemia foi mantido o atendimento de forma online. O conteúdo é ministrado por pessoas que fizeram o curso de expositores do Conselho Nacional de Justiça e são chamados de oficineiros. As demais Oficinas (para crianças e adolescentes) são ministradas pela equipe de estagiários supervisionada pela psicóloga responsável do Cejusc da Capital, que também é oficineira.
Já a Oficina Vivencial de Parentalidade é ministrado pelas psicólogas e alguns estagiários da equipe. Virtualmente a psicóloga responsável está presente em todos os encontros.