Em noite de homenagem às mulheres, Academia Cearense de Literatura e Jornalismo entrega Medalha Rachel de Queiroz à presidente do TJCE
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- 21-07-2022
A Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (ACLJ) outorgou à presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira, a “Medalha Rachel de Queiroz – Honra ao Mérito Feminino”. A cerimônia ocorreu na noite dessa quarta-feira (20/07), no Terraço da Cultura José Teles do Ideal Clube de Fortaleza, e também rendeu homenagens a outras cinco mulheres, entre elas a governadora do Estado, Izolda Cela.
A comenda é endereçada a personalidades cearenses femininas que exercem cargos de comando e liderança nos mais diversos setores de atuação. Com as chefes dos Poderes Judiciário e Executivo do Ceará, foram agraciadas a reitora da Universidade de Fortaleza (Unifor), professora Fátima Veras; a presidente da Fundação Edson Queiroz, Lenise Rocha, e as empresárias Ana Maria Studart (representada pela filha, Karine Studart) e Consuelo Dias Branco.
“É com sentimento de responsabilidade e realização que recebo a Medalha Rachel de Queiroz, por tudo o que esta distinção representa: é ao mesmo tempo reverência a uma das maiores jornalistas e escritoras brasileiras, e ao seu formidável legado para a nossa literatura e identidade; é também um chamado para a importância da presença feminina para o acervo dos nossos feitos enquanto nação; é incentivo à preservação da imensa riqueza cultural que dividimos na condição de conterrâneos; é ainda reforço para o papel fundamental da educação como instrumento de desenvolvimento; e alerta para a importante missão de compartilhar informações com ética, pluralismo e rigor na apuração dos fatos e opiniões, essência do jornalismo”, destacou a desembargadora.
A chefe do Poder Judiciário cearense também foi saudada pelo jornalista Lúcio Brasileiro, membro emérito da ACLJ. Por mensagem de vídeo, exibido durante a solenidade, o veterano colunista lembrou a conterraneidade de ambos, por terem nascido no Município de Aurora.
‘BRASIL PROFUNDO’
A governadora Izolda Cela também citou a célebre escritora ao ressaltar a honra em ser lembrada pela ACLJ na noite dessa quarta-feira. “Tenho um enorme sentimento de gratidão pela mulher que dá nome a essa medalha, Rachel de Queiroz, por me apresentar, de forma muito poética e ao mesmo tempo realista, o Brasil profundo, o Nordeste profundo, com sua ficção regionalista. Tem esse condão, de nos aproximar dos sertanejos, das mulheres fortes e desbravadoras, da vida sertaneja”.
Ao presidente da ACLJ, Reginaldo Vasconcelos, em sua vez de ter a palavra, coube a sugestão de “inverter aquela assertiva de que ‘atrás de um grande homem sempre há uma grande mulher’, provérbio que já teve pretensão religiosa, mas que hoje é descabido, porque agora a mulher tomou a frente. Assim, passaremos a dizer que ‘atrás ou ao lado de toda mulher há sempre um grande companheiro’”.
Também marcaram presença na cerimônia o presidente do Conselho de Administração do Grupo Edson Queiroz, Igor Queiroz Barroso, o presidente do Grupo BSPar, Beto Studart, o ex-governador Lúcio Alcântara e o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, todos membros beneméritos da ACLJ, além do presidente emérito da instituição, Rui Martinho Rodrigues.
NOME DA MEDALHA
Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a se tornar imortal na Academia Brasileira de Letras, em 1977. Mesmo nascida em Fortaleza, em 17 de novembro de 1910, a escritora é fortemente identificada com o Município de Quixadá, tendo se notabilizado por obras como “Memorial de Maria Moura”, “Dôra, Doralina”, “As Três Marias” e “O Quinze” – seu maior sucesso -, além da produção de crônicas, peças de teatro e traduções de livros para o português. Ela faleceu em 4 de novembro de 2003.
PERFIL – DESEMBARGADORA MARIA NAILDE PINHEIRO NOGUEIRA
Natural do Município de Aurora(CE), é filha de João Pinheiro do Amaral e de Josefa dos Santos. Graduada em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1982, começou sua trajetória profissional como escrevente do Cartório Miranda Bezerra, em Fortaleza. Em 1986, aprovada em concurso público, iniciou a carreira de magistrada na Comarca de Marco, em seguida passou por Jucás e Icó, e respondeu pelas Comarcas de Acaraú, Santana do Acaraú, Saboeiro e Orós, sendo promovida para a Capital no ano de 1992.
Em 2009, pelo critério do merecimento, foi escolhida Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE). No biênio 2015/2017, foi vice-presidente e corregedora do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) e ocupou a Presidência daquela Corte entre 2017 e 2019. Foi vice-presidente do Judiciário cearense (2019/2020) e atualmente é a presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (2021/2023). Autora do livro “O Direito Sucessório do Cônjuge e do Companheiro”, é a terceira mulher a presidir o Tribunal de Justiça do Estado desde sua criação, em 3 de fevereiro de 1874.
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