1º Juizado da Mulher de Fortaleza abre evento voltado a alunos de escolas públicas
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- 11-06-2021
O 1° Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Fortaleza participa do Projeto Espaço de Reflexão, que começou nesta sexta-feira (11/06) e prossegue até o próximo dia 17. A iniciativa, da Secretaria de Educação do Ceará, tem como objetivo possibilitar aos alunos das escolas estaduais uma formação crítica e reflexiva sobre a temática, bem como outros assuntos ligados aos Direitos Humanos e à diversidade.
A programação é voltada para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, além de professores, gestores e população indígena, e transmitida pela plataforma Google Meet. O evento teve início na manhã de hoje, oportunidade em que a assistente social do Juizado, Jordeanne Guedes, fez a palestra de abertura sobre “Violência contra a mulher e empoderamento – Uma conversa musical”, direcionada à Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Carneiro de Mendonça.
Durante o encontro, letras de várias músicas que falam de violência e de resistência foram apresentadas para despertar o senso crítico dos alunos sobre o tema e chamar atenção para a história de lutas referentes à emancipação feminina. “Antes não havia uma legislação ou uma estrutura para atender mulheres que sofriam violência doméstica e muitas vezes os agressores acabavam impunes. Hoje nós temos a Lei Maria da Penha, fruto da luta de uma mulher e de muitas outras, e temos os Juizados da Mulher. É um avanço que merece ser comemorado, mas que precisa sempre ser melhorado, para combater a violência física, psicológica, patrimonial, moral ou sexual contra a mulher”, disse Jordeanne aos jovens e professores que acompanharam a palestra.
Ao final da apresentação, Jordeanne destacou a importância de se falar sobre essa realidade. “O feminicídio é o fim trágico desse ciclo de violência. Infelizmente, numa sociedade patriarcal como a nossa, a mulher muitas vezes é encarada como objeto. Como sair dessa situação? Mudando essa cultura, com mulheres e homens refletindo sobre o assunto, promovendo debates, como estamos fazendo aqui, empoderando a mulher, denunciando casos, efetivando a legislação. Não podemos aceitar a violência”.
As temáticas a serem desenvolvidas fazem parte do projeto “Oficina Jovens Unidos pelo Fim da Violência contra a Mulher”, idealizado pela psicopedagoga Raieliza Maia. Desde 2010, a profissional percorre a rede escolar para promover palestras direcionadas ao enfrentamento da violência sexista. Grafitagens, produções de desenhos e poesias são produzidas pelos alunos após as intervenções.
Na próxima terça-feira (15/06), às 19h, a juíza Rosa Mendonça, titular do 1º Juizado da Mulher de Fortaleza, falará sobre “Relacionamento abusivo” para a Escola Indígena (EI) Tapera Capoeira. “Proporcionar o conhecimento da Lei Maria da Penha aos jovens, notadamente ao público feminino escolar, é fundamental para que conheçam e se apropriem dos seus direitos podendo, assim, romper com toda forma de violência. Além disso, a iniciativa nos fortalece, mostrando que a Justiça e a Educação estão caminhando juntas para erradicar essa chaga social que é a discriminação e a violência contra as mulheres” destaca a magistrada.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
A assistente social Jordeanne Guedes também estará à frente da palestra “Violência contra a mulher: dos primórdios aos dias de hoje”, que será realizada na próxima terça-feira (15), às 9h, para a EI Tapera do Trilho.
Na quarta-feira, dia 16, às 14h, a psicóloga Inês Reis dará enfoque ao tema “O que é violência de gênero” com a EI Índios Tapeba. Já às 19h, a coordenadora da Central de Monitoramento de Medidas Protetivas, Aline Menezes, falará sobre “O Brasil antes da Lei Maria da Penha” para o Centro de Educação Integrada (CEI) José Alderi Pedrosa Siqueira.
A programação terminará na quinta-feira, dia 17, com duas palestras. Às 14h, a analista judiciária Juliana Gurgel abordará o tema “Tipos de violência” com a EI Ita Ara. No encerramento, às 19h, a técnica judiciária Fernanda Carvalho falará sobre “Lei Maria da Penha: como ela pode me ajudar?” com a Escola Indígena Kanidé.