2ª Vara do Júri ouve depoimento de PM acusado de crime de pistolagem
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- 25-08-2011
O policial militar Jean Charles da Silva Libório, réu no processo que investiga a morte do empresário Francisco Francélio Holanda Filho, em 8 de julho de 2010, foi ouvido nesta quinta-feira (25/08), pela 2ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza. A tomada de depoimento, que havia sido adiada por motivos de saúde do acusado, durou cerca de duas horas e meia e foi conduzida pelo juiz Henrique Jorge de Holanda Silveira.
De acordo com a ação judicial (nº 429243-30.2010.8.06.0001/0), o homicídio, praticado no cruzamento das ruas Padre Valdevino e João Cordeiro, na Aldeota, teria sido a mando do iraniano Farhad Marvizi, que já prestou depoimento. Além dele, foram ouvidos Charles Herberth Martins Pereira, Francisca Elieuda Lima Uchôa, Maykson Gleyston de Castro Jacó e os policiais militares José Carlos Araújo de Sousa e Adriano Façanha de Sousa.
Jean Charles Libório, último que faltava ser ouvido, é acusado de apoiar Farhad Marvizi e de utilizar as funções oficiais para favorecer práticas criminosas e contratar pistoleiros. A esposa do policial, Francisca Elieuda, auxiliava no recrutamento de pessoas e no planejamento dos delitos, assim como José Carlos Araújo.
Com o depoimento de todos os réus, a fase de instrução será encerrada. Defesa e Ministério Público (MP) estadual devem apresentar os memoriais finais para que o juiz titular da 2ª Vara do Júri decida pela pronúncia ou não dos envolvidos.
O CASO
De acordo com a denúncia do MP, assinada pelas promotoras de Justiça Alice Iracema Melo Aragão e Joseana França Pinto, na noite do crime, o carro dirigido por Francisco Francélio Holanda Filho foi interceptado por duas pessoas que estavam em uma moto. A dupla desferiu diversos tiros contra o empresário.
Segundo os autos, a vítima que, assim como o iraniano, atuava no ramo de eletrônicos, estava auxiliando nas investigações sobre a forma como Farhad Marvizi importava produtos para o Ceará, vendendo-os a preços abaixo do praticado pelo mercado. As informações obtidas por Francisco Francélio eram repassadas ao auditor fiscal José Jesus Ferreira, que, em dezembro de 2008, sofreu tentativa de homicídio, supostamente cometida a mando do iraniano.
Ainda conforme o processo, Charles Herberth fazia a ligação entre o empresário e os demais denunciados. Maykson Gleyston estava à espera da vítima nas proximidades do estabelecimento comercial, no dia do crime, e Adriano Façanha foi responsável por apurar a rotina de Francisco Francélio.