12.01.2011 opinião
A sociedade acompanha com preocupação os episódios políticos em torno da disputa pela Prefeitura de Juazeiro do Norte que resultaram no início da semana na cassação pela Câmara de Vereadores da cidade do prefeito Manoel Santana (PT), e de seu vice, José Roberto Celestino (PSB). O petista é acusado de superfaturar e direcionar licitações de 18 obras da Secretaria da Educação do Município, tendo o seu impeachment sido aprovado por 12 votos a um. Já ontem ele foi reintegrado ao cargo por conta de decisão do Tribunal de Justiça que anulou a sessão da Câmara Municipal.
Com relação às denúncias que levaram à cassação do prefeito, que se dê a palavra aos órgãos competentes para fazerem o devido julgamento. O que se lamenta em todo o episódio é a insegurança jurídica que deverá marcar os próximos capítulos dessa novela que não começou agora. A gestão de Manoel Santana à frente da Prefeitura de Juazeiro tem sido alvo de vários confrontos nesses dois anos, até mesmo com acusações de agressões físicas a adversários.
A oposição, por seu lado, não tem dado tréguas a sua gestão após anos conduzindo os destinos da maior cidade do Cariri. Em meio à troca de acusações e aos interesses políticos que cercam o fato, o temor é a possibilidade de a população ser a maior prejudicada. Juazeiro passa por um momento especial em seu processo de desenvolvimento, sendo nítida a diferença de perspectivas para aquela cidade se comparada aos últimos cinco ou 10 anos.
Se antes, Juazeiro, por exemplo, carecia de uma melhor estrutura de serviços básicos, hoje é exemplo de polo regional de desenvolvimento conseguindo aglutinar em torno de si diversas cidades do Ceará, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte e da Paraíba. É óbvio que essas perspectivas econômicas nem sempre dependem do poder público, mas é inegável que uma má gestão dos interesses municipais pode sim prejudicar todo um processo em andamento. O que se espera, independente de quem venha a gerir o município a partir de agora, é que essas conquistas não sejam desperdiçadas e que o interesse da sociedade prevaleça diante de querelas políticas que muitas vezes se sobrepõem aos anseios
maiores da população.