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Pistoleiro assassinado: morte de ´Mainha´ repercutiu

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9.01.2011 Opinião
A assassinato do pistoleiro Idelfonso Maia Cunha, o ´Mainha´, ocorrido da tarde da última terça-feira acabou transformando-se em um fato de grande repercussão no Estado e foi também a matéria mais lida na semana pelos leitores do Diário do Nordeste na internet. Foram, nada menos, que 25,1 mil acessos (pageviews).
Com a morte de ´Mainha´ pode-se dizer que também está encerrada uma fase da pistolagem no Nordeste. Durante anos, entre a década de 80 e o início de 90, o pistoleiro protagonizou fugas mirabolantes pelos sertões do Vale do Jaguaribe, driblava a Polícia com tanta maestria que a sua destreza no matagal chegou a ser comparada às peripécias do capitão Virgulino, ou Lampião, o ´Rei do Cangaço´.
Os crimes
Acusado de ter cometido diversos crimes de morte, entre eles, uma chacina e dois duplos homicídios, ´Mainha´ foi levado a julgamento depois de sua prisão na cidade de Quiterianópolis em agosto de 1988. Foi condenado a mais de 80 anos de cadeia, mas passou apenas 11 anos trancafiado no IPPS.
Entre as mortes atribuídas a ele está a chacina do Alto Santo, ocorrida na manhã do dia 17 de junho de 1983 na BR-116, quando, de uma só vez, e sozinho, fuzilou quatro pessoas; o prefeito daquele Município, João Terceiro de Sousa, a primeira-dama, Raimunda Nilda Campos; o motorista do casal, Francisco de Assis, e o soldado PM João Odeon, que havia pego uma carona na caminhoneta do político. Todos foram atingidos com vários tiros a queima-roupa.
Também foram atribuídas a ´Mainha´ a morte do prefeito de Iracema, Expedito Leite (em Fortaleza); a do agricultor Orismildo Rodrigues da Silva, o ´Caboclo Bárbaro´ (em Quixadá); a dos pistoleiros potiguares Altamiro Vieira Leite e Altevir Fernandes de Sousa, no Posto Universal, na BR-116 (em Alto Santo), a do despachante comercial Iran Nunes de Brito (em Fortaleza); o duplo homicídio em que morreram Sebastião Cesário do Nascimento e Manuel Duarte de Lima (em São Miguel, no Rio Grande do Norte), entre outras.
Nega
Desde o dia de sua prisão aos sucessivos julgamentos a que foi submetido, ´Mainha´ sempre negou ter matado alguém em troca de dinheiro, desmentindo assim a fama de ser um autêntico matador de aluguel. AS provas mostraram o contrário. Tanto é , que a Justiça o condenou a pesadas penas. Na tarde de terça feira, a vida de crimes chegou ao fim.
Comentários
Sei que o Mainha não foi nenhum inocente em toda sua vida de “crimes”, pois o maior criminoso não é o que mata, e sim o que manda matar. Esse, além de criminoso, é um tremendo covarde! Aí, foi um homem de coragem, embora usasse disso para cometer crimes. Admiro pessoas de coragem, mesmo que usem de forma errônea, pois Deus será o seu verdadeiro julgador, e o melhor.
Paulo Paixão
Itarema-CE
Quem procura encontra, bandido sempre tem um final que é merecido: ou morre na cadeia ou é fuzilado por outros bandidos. Quantas vidas o Mainha tirou, quantas viúvas choraram a dor da perda de seus companheiros… Dizem que foi mais de cem pessoas mortas por ele. Mainha pagou na mesma moeda, aqui na terra, e depois da morte, as conta com Cristo. Essa, sim, eu acredito que é mais dolorosa, pois tem a eternidade para pagar. Creio nisso: sou católico e tenho temor a Deus, como tenho amor. Cada um tem suas contas a pagar, só que umas mais pesadas que outras.
Francisco Everaldo Pinto
Fortaleza-CE
Na minha concepção, o pistoleiro Mainha foi morto por amadores, ou seja, pessoas não ligadas à pistolagem. Falo isso porque trabalho na região jaguaribana há sete anos, mais precisamente em Tabuleiro do Norte, e já atendi a vários crimes com estas características. Sem hesitar, todos os tiros são endereçados à cabeça da vítima. No caso do assassinato do Mainha, isso não aconteceu, mostrando assim que o crime não foi motivado por vingança, pois seus algozes queriam mesmo era eliminá-lo do jeito que desse certo. Não podemos descartar a hipótese de que ele estivesse armado. Precisamos investigar quem primeiro se aproximou do corpo.
Francisco H. Pereira Lima
Fortaleza-CE
Este Maia agora não deve mais nada perante as leis dos homens, mas já está prestando contas com o capeta.
Carlos César de Azevedo
Sobral-CE
Mainha já vai tarde. Era um mercenário, sim senhor, matava por dinheiro, como todo pistoleiro. O pistoleiro é o pior de todos os criminosos, o pior de todos os monstros, pois mata pessoas que nem conhece, apenas por dinheiro. O fato de um animal desses estar solto, estar em liberdade, é apenas uma prova da piada que é o Código Penal brasileiro. Como é possível que uma pessoa que ceifou a vida de mais de 40 pessoas esteja em liberdade? É o cúmulo do absurdo, é a prova de que a legislação penal brasileira é um convite ao crime. Um animal desse naipe, tendo sido preso em1988, deveria ficar preso em regime fechado por pelo menos uns 50 anos, pelo menos até o ano de 2038.
Cláudio Menezes Gouveia
Fortaleza-CE
Um fim tardio e já de forma esperada deste que ceifou a vida de tanta gente.
Adriano de Sousa Ferreira
Fortaleza-CE
É um caso complicado de se comentar, pois quem somos nós para julgar? Defender a forma como o mesmo agia é errado. E só uma coisa fica comprovada na história, e está nas palavras de Jesus: quem com ferro fere, com ele será ferido. Olha a forma como ele morreu: do mesmo jeito que matou outros. Então, quem age com as pessoas de forma traiçoeira, que julgam, que matam as vezes silenciosamente, para nós, no plano terrestre, mas para o plano celestial, não é oculto. Portanto, você, se assim age, também irá pagar com a mesma moeda.
Francisco Martins
Graça-CE
Sei que ele já tinha matado várias pessoas, mas nem por isso deveria ter um fim tão trágico. Meus votos de estima e gratidão à família.
João da Costa
Madalena-CE
É um ser humano, mas fez seu inferno: tirou vidas em troca de dinheiro e prestígio político. Agora descansa ao lado do capeta. O inferno tá em festa. É menos um para tirar vidas de inocentes.
Agamenon do Rego Vasconcelos
Fortaleza-CE
A lei da Física, combinada com o dito popular: para cada ação temos uma reação de igual valor ou intensidade. Ou, em outras palavras: aqui se faz, aqui mesmo na Terra, se paga. Foi o que aconteceu com o Mainha.
Glauper Bastos
Fortaleza-CE