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Herói Clóvis Beviláqua – Idéias

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30.10.2009 Opinião
Muitas vezes esquecidos pelos brasileiros, nossos heróis acabam se restringindo aos livros que se avolumam nas bibliotecas públicas. Nossa região é rica em heróis, a exemplo de Tristão Gonçalves, Bárbara de Alencar, Padre Mororó e Pessoa Anta. Mas, neste espaço, faço uma homenagem especial ao também herói Clóvis Beviláqua. Natural de Viçosa do Ceará, teve os seus 150 anos de nascimento comemorados no último dia 4 de outubro. Razões não faltam para homenageá-lo, dada sua contribuição para o Direito e para a democracia, com destaque para a autoria do Código Civil. Nesse sentido, uma sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado marcou a solenidade, no plenário do Senado, com as presenças das netas do homenageado, Maria Cecília e Maria Teresa Beviláqua de Paiva, e demais autoridades. Com uma notável contribuição no Direito Internacional, mas do conhecimento de poucos, Clóvis Beviláqua é destaque no conjunto de obras “Coleção Brasil 500 Anos”, publicação do Senado, Ministério das Relações Exteriores e Fundação Alexandre de Gusmão. A saber, metade das 150 páginas do primeiro volume trata de seus pareceres jurídicos e, no segundo volume (650 páginas), é todo de parecer desse ilustre cearense. O mundo das letras o atraía bastante e por isso o seu nome consta, também, em edições da Revista Contemporânea, do Recife; Revista Brasileira, do Rio de Janeiro; e O Pão (publicação do movimento literário Padaria Espiritual do Ceará), sendo um importante colaborador. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupou a cadeira de n° 14, tendo como patrono Franklin Távora. No seu currículo, verifica-se que soube aproveitar as oportunidades que lhe apareceram, ocupando desde o mais simples até o mais alto cargo público. Além das ocupações já citadas, também trabalhou por 5 anos como bibliotecário no Recife; foi secretário de Governo no Estado do Piauí e integrou a Assembleia Constituinte no Estado do Ceará. Neste último, redigiu a 1ª Constituição Republicana do Estado do Ceará. Não concluiu mandato, renunciando ao cargo por ter sido voto vencido na propositura de um referendo popular.
Raimundo Gomes de Matos – Deputado federal