1ª Vara do Júri de Fortaleza realiza segunda audiência do caso Dandara
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- 05-09-2017
A 1ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua realizou a segunda audiência do processo que investiga a morte da travesti Dandara dos Santos. A sessão, presidida pela juíza Danielle Pontes de Arruda Pinheiro, teve início às 14h e terminou por volta das 22h desta terça-feira (05/09).
Foram ouvidas inicialmente duas das três testemunhas de defesa que haviam sido intimadas. A defesa dos réus desistiu da terceira, que não compareceu. Ao todo, foram interrogados cinco réus: Francisco José Monteiro de Oliveira Junior, Jean Victor da Silva Oliveira, Rafael Alves da Silva Paiva, Júlio César Braga da Costa e Isaías da Silva Camurça, que estão presos. Eles confessaram que participaram do espancamento de Dandara dos Santos, mas negaram a intenção de matar. O réu Isaías da Silva negou qualquer participação. Outros três réus estão foragidos e tiveram o processo suspenso.
Eles foram denunciados por homicídio quadruplamente qualificado, por motivo torpe (por ser alimentado por preconceito e homofobia), motivo fútil (pois os acusados acreditavam que Dandara estava cometendo pequenos furtos na região, onde eles praticam tráfico de drogas), meio cruel e com uso de recurso que tornou impossível a defesa da vítima. Além disso, a denúncia incluiu também o crime de corrupção de menores.
A acusação é patrocinada pelo promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais Claro dos Santos e pelo assistente de acusação Hélio Leitão. O membro do Ministério Público disse estar convicto das autorias e materialidade delituosa do crime e espera que os acusados sejam pronunciados.
O CRIME
O crime ocorreu no dia 15 de fevereiro deste ano, por volta das 17 horas, no bairro Bom Jardim. Antônio Cleilson Ferreira de Vasconcelos, que utilizava o nome social Dandara, foi agredido com socos, chutes e pauladas, agressões que lhe causaram extremo sofrimento físico e psicológico. Posteriormente, a vítima foi atingida com dois tiros e uma forte pedrada na cabeça, o que resultou em sua morte por traumatismo craniano. As imagens do crime foram registradas por meio de aparelho de telefone celular e divulgadas em diversas redes sociais.
Na primeira audiência, realizada no dia 10 de agosto, já haviam sido ouvidas as seis testemunhas indicadas pela acusação e nove testemunhas arroladas pelas defesas dos réus.