Juíza determina prisão e condução coercitiva de envolvidos em desvio de dinheiro público em Itarema
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- 11-07-2017
A juíza Kathleen Nicola Kilian, respondendo pela Comarca de Itarema, distante 213 km de Fortaleza, determinou a prisão temporária de duas pessoas, quatro mandados de busca e apreensão e uma condução coercitiva de envolvidos em crimes contra a administração pública daquele município. A medida ocorre dentro da “Operação Fantasma”, promovida pelo MP/CE de Itarema e foi cumprida nesta terça-feira (11/07).
Os investigados estão diretamente ligados à Câmara Municipal. De acordo com os autos, mesmo sem exercer qualquer cargo, podem ter sido responsáveis por diversas falsificações de documentos no âmbito da Casa Legislativa, em associação com outras pessoas, cujo objetivo seria o desvio de dinheiro público.
Na decisão, proferida nessa sexta-feira (07/07), a juíza disse que “há, portanto, nos autos, diversos fundamentos que revelam, em tese, a prática de inúmeros estelionatos, peculatos e lesão aos cofres públicos. Tais documentos revelam, ainda, ao que parece, a formação de verdadeira organização criminosa instalada na Câmara Municipal, atuando de modo a subtrair com habitualidade e de forma sistemática o erário público em benefício próprio e de terceiros, por anos a fio”.
INVESTIGAÇÃO
A “Operação Fantasma” teve início após denúncias de uma pessoa que se sentiu prejudicada por não conseguir receber benefício previdenciário em razão de um suposto vínculo com a Câmara. Com o resultado das investigações iniciais, a juíza já havia decretado busca e apreensão de documentos, como livros de pontos, que comprovaram que várias pessoas haviam sido contratadas pela Câmara e recebiam salários sem comparecer ao prédio do legislativo municipal, além do repasse de quantias de salários para vereadores e a existência de inúmeros vínculos fantasmas com o órgão.
A Promotoria de Justiça de Itarema e o Grupo Especial de Atuação e Combate ao Crime Organizado (GAECO), com equipes da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, com auxílio de Promotores das Comarcas de Cruz e de Morrinhos cumpriu, em 28 de junho de 2017, oito mandados de prisão preventiva, as 19 buscas e apreensões e os mandados de condução coercitiva dos investigados.