Policial acusado de atirar em seguranças durante festa será levado a júri popular
- 1321 Visualizações
- 22-06-2017
O juiz titular da 2ª Vara do Júri de Fortaleza, Henrique Jorge Holanda Silveira, decidiu que o policial militar Johnatan Tiago Silva de Andrade, acusado de ter atirado contra os seguranças Bruno de Castro Francilino e Jaime Gomes da Silva Neto, deverá ser levado a júri popular. A sentença de pronúncia foi proferida nessa segunda-feira (19/06) e publicada no Diário da Justiça eletrônico dessa quarta (21).
Conforme a decisão, o réu será julgado por duas tentativas de homicídio, sendo uma (no caso da primeira vítima) duplamente qualificada, por motivo fútil e surpresa, e outra (em relação à segunda vítima) com uma qualificadora, por surpresa. O magistrado manteve ainda a prisão preventiva do acusado, para garantia da ordem pública.
Os fatos ocorreram no dia 12 de outubro de 2016, por volta das 4h, no evento chamado “Garota White”, no Terminal Marítimo de Passageiros, no Mucuripe. De acordo com a acusação, o policial teria iniciado uma discussão com o coordenador de segurança do evento, tendo sido então contido por seguranças da festa, entre eles a vítima Bruno de Castro. Após ser levado para a área externa, Johnatan teria sacado a arma que portava e disparado contra Bruno, que foi atingido nas costas. O também segurança Jaime Gomes da Silva Neto tentou segurar o braço do policial, para evitar que este continuasse a atirar, e acabou sendo atingido no abdômen.
De acordo com o Ministério Público, o acusado só não consumou os homicídios porque foi dominado e desarmado por outras pessoas que estavam no local. Já a defesa alega que a arma do acusado disparou acidentalmente. O magistrado, porém, considerou haver indícios suficientes para submeter o caso ao Conselho de Sentença. “A tese sustentada pela defesa, de tiro acidental, não restou evidenciada de plano, fazendo-se mister o deslinde da matéria pelo Tribunal Popular do Júri, que é o órgão competente para apreciar e valorar a prova colhida durante a instrução criminal”, afirma.