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Maioria do armamento apreendido tem origem ilícita

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19.01.2011 fortaleza
O diretor de secretaria da 6ª Vara Criminal de Fortaleza, Tomaz Joca Noleto, declara outro dado alarmante sobre o armamento que circula no Ceará: ?Posso dizer que 99% das armas apreendidas, envolvidas em processos na 6ª Vara, elas não têm origem lícita. Não têm dono. E no Fórum todo, precisaria confirmar, mas deve ser uns 90%?, diz. A informação reforça a tese de que a arma de assassinatos é proveniente do comércio ilegal.
Segundo Noleto, há pelo menos três anos ?ninguém entrou com pedido para restituir arma? de um processo na 6ª Vara. Ele informa que nenhuma arma, depois de dada entrada no processo, fica retida na própria secretaria da vara. Vai para o depósito de armas do Fórum Clóvis Beviláqua, coordenado pelo Setor de Segurança da própria Justiça.
O coordenador do setor, major PM Jaime de Paula Pessoa Neto, não permitiu acesso ao local nem repassou dados sobre quantitativo atualmente armazenado. Ele descreveu que o local tem estantes onde cada arma é numerada e classificada atrelada a um processo. Para entrar no local, uma espécie de cofre, segundo o major, até um funcionário do fórum precisa ser escoltado. ?A média é de 60 armas dando entrada por mês?, informa.
Noleto diz que, desde o Estatuto do Desarmamento, em 2003, nenhuma arma é mais repassada para policiais sob acautelamento (guarda provisória). O major Marcus Costa, relações pública da Polícia Militar, ratifica a informação.
?Tudo vai para o depósito do Fórum ou para o Desup?(Depósito de Suprimentos do Exército, no bairro Dias Macedo)?, garante Costa. No Desup, cada arma já está liberada de processos ou de inquéritos e é submetida à destruição. De máquinas de corte a caldeiras de indústrias locais.