Conteúdo da Notícia

Com a nova legislação, adotar uma criança será mais rápido e fácil

Ouvir: Com a nova legislação, adotar uma criança será mais rápido e fácil

26.07.09
A via-crúcis percorrida pelas pessoas que desejam adotar uma criança no Brasil ficará menos espinhosa quando entrar em vigor a nova lei de adoção. No Ceará, 67 crianças e adolescentes vivem hoje em abrigos esperando por uma nova família, de acordo com o juiz titular da 2ª Vara da Infância e do Adolescente, Suenon Bastos Mota.
Segundo ele, a nova lei trará avanços, como reduzir para dois anos o prazo de permanência das crianças em abrigos. O juiz Suenon Mota admite que ?as vezes é mais 4 anos, o tempo que essas crianças e adolescentes ficam acolhidas nos 12 abrigos conveniados com o Estado, que passarão a ter a denominação de Programas de Acolhimento Institucional?, esclarece o juiz.
Por outro lado, a nova lei ainda esbarra nas exigências em relação a cor e idade na hora de adotar. ?Mais de 80% das pessoas desejam adotar uma criança recém-nascida, branca e do sexo feminino, isso é que dificulta para as crianças acima de um ano e, de cor negra?, avalia o juiz Mota.
Na visão do juiz da 2ª Vara da Infância e do Adolescente, se o perfil de adoção não mudar, a nova legislação não vai encurtar o caminho judicial para esses menores mais velhos, por exemplo, e as futuras famílias. Hoje, no Ceará existem 170 pessoas habilitadas para adoção, desses 82 são casais e o resto são solteiros, desde que tenham um ambiente familiar adequado para dar um novo lar para a criança.
Para o juiz, a nova lei irá motivar a adoção. Todavia, cabe aos Juizados da Infância e do Adolescente e os próprios abrigos fazerem campanhas para acabar com o preconceito de adotar uma criança mais velha ou de cor negra. ?Lamentavelmente, a pessoa que vai adotar dificilmente escolhe um adolescente. Daí a lei não permitir que o menino ou a menina permaneça no abrigo por mais de 2 anos?, afirmou.