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Construtores da paz

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23.05.2009 Opinião Pág.: 07
Temos plena clareza dos enormes desafios que se apresentam para serem desbravados pelo povo do Ceará. Seja no campo de acesso aos programas, projetos e serviços advindos das políticas públicas que deveriam garantir o conjunto de direitos humanos fundamentais, conforme determina os marcos legais. Seja na efetivação de estratégias pedagógicas que permeiam o exercício do protagonismo social, na perspectiva da não violência. Cenário que igualmente tem elencado diversos fatores de agravamento aos valores humanos, bem sabemos que o maior enfrentamento está em transformar os valores da cultura de paz em realidade na vida cotidiana.
Contudo, percorrendo um olhar atento pelas diversas lutas empreendidas em torno de tantas buscas, percebe-se que cada iniciativa vai se deparando com novos estímulos, algumas sugestões, uma provocação, por vezes uma interrogação, talvez um espanto, mas sobretudo, uma força. Força de vontade que comanda nossas ações, nos leve acreditar em dias melhores. Em um outro modelo de sociedade pautada na cidadania política, na cidadania social, numa outra história, onde o povo se auto reconheça ser efetivamente humano inserido numa cultura de paz.
Se faz necessário fomentos para manter a chama da esperança acesa: ser generoso, ouvir para compreender, respeitar a vida, rejeitar a violência, redescobrir a solidariedade se torna tarefa de cada um. Nesta direção, pautamos a Defensoria Pública, órgão do Estado que cumpre o dever constitucional de garantir o acesso a justiça das pessoas desprovidas economicamente, e que para além do atendimento processual tem ampliado o seu papel social, alargando sua atuação na efetividade e garantia dos direitos humanos e promoção da paz social, precisamos, no entanto, reconhecer a ?saga? dos seus profissionais na perseverante insistência de sensibilizar gestores para efetivação de garantias que lhes favoreçam condições de fazer chegar ao seu público assistido não um mero favor, mas o respeito contido na carta magna do país. Mobilização ativa que vai chegando aos sujeitos e gerando um grau elevado de consciência do que é ser cidadão, desde aqueles que residem nas grandes cidades aos que estão nos mais longínquos lugares, sabem da importância da defensoria pública, por isso as lutas dos defensores são também luta do povo. E mesmo contabilizando alguns avanços a Defensoria do Ceará precisa se expandir e ir onde o povo está.
Pois, vivendo próximo da realidade do povo, estes operadores do direito realizam esforços importantes para cumprir bem o seu papel, produção de um trabalho que, sem dúvidas, concorre para edificar a dignidade humana e construção de uma cultura de paz.
Aurileide Soriano – Diretora da FBFF e presidente
do CCDS do João XXIII