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Uma dor que marca para sempre

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20/12/2010 : Fortaleza
13 de abril de 2001. A data é dita de imediato pela aposentada Socorro Pacheco Braga, 58, como forma de protesto. Era sexta-feira santa e a família aguardava o primogênito para aproveitar o feriado. Só que ele não foi. No meio do caminho, quando passava pela casa da namorada, o estudante Gesy Braga, 19, foi assassinado com um tiro nas costas. ?O Jorge Roberto vivia ameaçando meu filho porque não aceitava o relacionamento dele com a sua ex-namorada. Só que eu só vim saber disso muito tempo depois?, comenta.
Segundo os familiares, Jorge Roberto teve a ajuda de um amigo, chamado Heleno, no crime. ?Ele emprestou a arma, mas nunca foi preso?, completa. O processo se arrasta por quase 10 anos. O primeiro julgamento ocorreu há quatro anos. Representantes da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (Apavv) acompanharam com faixas e pedidos por mais agilidade no processo. Jorge Roberto chegou a ser condenado por nove anos, mas acabou recorrendo. Um novo julgamento está marcado para o próximo ano. ?A gente luta para que ocorra algum tipo de justiça, mas só existe a de Deus mesmo. Eles (os acusados) estão soltos, como se nada tivesse acontecido, e a gente fica se acabando porque a dor é grande demais?. Atualmente, o acusado está em liberdade.
Enquanto isso, o sofrimento e a luta por justiça de dona Socorro continuam. ?Ficamos todos doentes, eu e o pai dele. A gente acha que vai sofrer só nos primeiros dias, mas não é assim. A dor marca a gente para sempre?, diz dona Socorro.