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Lei na lata do lixo

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Hélder Cordeiro Jornalista
06.07.2010 opinião
Esperar o quê de alguns dos ministros do Supremo Tribunal Federal, depois que o presidente da República, Lula, desrespeitou a Legislação Eleitoral? O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, desfechou duro golpe contra aqueles que lutaram pelo projeto de iniciativa popular, para impedir registro eleitoral de candidatos com ficha suja. A proposta aprovada pelo Congresso Nacional, em raro momento de lucidez, era uma luz para o nascer de uma nova política nacional, sem mais a presença dos corruptos julgados por colegiado de magistrados em qualquer instância do Poder Judiciário.
O ministro Gilmar Mendes derrubou o pau da porteira e o primeiro ficha suja conseguiu liberdade. Agora, vem o estouro da boiada e todos os corruptos ou ?honoráveis bandidos?, título de um livro do jornalista Palmério Dória, contando as mil peripécias da família Sarney no Estado Maranhão, vão recorrer ao STF e obter registro de candidaturas. Que Deus se apiede deste Brasil, campeão mundial de impunidade na política e gestão pública. O nosso Congresso Nacional, com seus ?300 picaretas?, nada faz para mudar essa situação.
No currículo do presidente Lula só faltava a conquista do campeonato nacional de arremesso: ?lei na lata do lixo?. Nunca antes neste país, a sua mais alta autoridade desprezou e ironizou tanto o Poder Judiciário e os brasileiros que ainda respeitam as leis. Lula não percebe que a sociedade brasileira institucionalizou como titular do poder político o Estado e em nome deste o poder é exercido pelo presidente da República. O poder está ligado à função do cargo de presidente e não ao desejo pessoal deste. Assim o Estado é símbolo da comunidade e titular do poder. Ao presidente da República e aos demais gestores públicos, gerenciadores credenciados pelo povo, somente o exercício do poder político do Estado.
Esses gerenciadores públicos não podem brincar com o poder que exercem nem mentir para a sociedade com falaciosas promessas. Recentemente, o Ceará perdeu um estaleiro por falta de seriedade no trato com a coisa pública entre duas autoridades. Assim como os cearenses são testemunhas das promessas de refinaria, siderúrgica, transposição e outras enganações. Não esquecer o Hospital da Mulher e o fim do pedágio na ponte da Barra do Ceará, mantido e sustado, mensalmente, pelas diversas sentenças judiciais. Onde está a seriedade que merece o povo financiador desse degradante jogo de incoerentes decisões judiciais?