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Alanis: Promotoria vai entregar denúncia hoje

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1º.02.2010 polícia
Na instrução criminal, o acusado deverá ser indagado sobre as afirmações que fez durante entrevista a TV
O Ministério Público entrega hoje à Justiça a denúncia contra o estuprador Antônio Carlos dos Santos Xavier, 30, o ´Casim´, ou ´Maníaco do Canal´, réu confesso do rapto, estupro e assassinato da menina Alanis Maria Laurindo de Oliveira, crime ocorrido no último dia 5. O processo está tramitado na Segunda Vara do Júri e o início da instrução criminal (fase de depoimentos e coleta de provas) deverá ser marcado também hoje.
Antônio Carlos deverá responder por quatro crimes; rapto, estupro, assassinato e ocultação de cadáver. Somadas, as penas poderão chegar a 30 anos de prisão. Ele já é condenado a pena igual, mas havia se beneficiado com a mudança do regime fechado para o semiaberto depois de passar oito anos recolhido no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS).
Com a fase da instrução criminal iniciada, a Justiça vai ouvir as testemunhas de defesa e acusação, além do próprio acusado. A denúncia feita pelo réu durante uma entrevista à TV, de que outras pessoas teriam participado da trama e do assassinato da menina será esclarecida.
O delegado Lira Ximenes, que presidiu o inquérito sobre o fato, deverá também ser interrogado para falar sobre como chegou ao acusado e as provas que coletou no andamento da investigação sigilosa. O inquérito contou com informações obtidas também pelo Departamento de Inteligência Policial (DIP) e pela Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa).
Na entrevista que concedeu a uma emissora de televisão local, Antônio Carlos foi enfático ao afirmar que não cometeu o crime sozinho. Sem citar nenhum nome, disse que os comparsas lhe ajudaram desde o momento em que ele raptou a menina, na porta de uma igreja católica, no Conjunto Ceará, até o desfecho do caso, quando a menina foi violentada e assassinada em um terreno baldio na Rua Rui Monte, no bairro Antônio Bezerra (zona oeste).
Dívida
´Casim´ contou que praticou o crime em parceria com alguém que cobrava uma dívida dos pais da menina. Sua versão revoltou os familiares da criança. Os pais da garota sustentam que não têm nenhuma dívida que pudesse levar ao trágico acontecimento. Para eles, o criminoso teria sido orientado para falar acerca disso, tentando distorcer as investigações feitas pela Polícia com a ajuda da população do Conjunto Ceará.
Quase um mês depois do crime, o acusado permanece recolhido em uma cela isolada e monitorada por câmeras na Casa de Privação Provisória da Liberdade III (CPPL III), no Município de Itaitinga.
A regressão de regime aplicada ao acusado há duas semanas, pelo juiz da Vara das Execuções Criminais, Habeas Corpus e Corregedoria de Presídios, Luiz Bessa Neto, fará com que ele permaneça recolhido na cadeia. Já há a promessa da Secretaria da Justiça de encaminhá-lo para o Presídio de Segurança Máxima que está em construção no Município de Pacatuba (Região Metropolitana de Fortaleza).
O irmão de ´Casim´, Chales, detido durante as investigações, permanece preso. Ele também é acusado de estupro.
FERNANDO RIBEIRO
EDITOR